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Ex-guerrilheiro Thaçi jura cargo como novo presidente do Kosovo

07/04/2016 11h09

Belgrado, 7 abr (EFE).- Hashem Thaçi, ex-guerrilheiro, ex-primeiro-ministro do Kosovo e titular Exteriores, jurou nesta quinta-feira no parlamento o cargo de presidente do país balcânico, em uma sessão solene boicotada pela oposição nacionalista.

Thaçi se comprometeu a dedicar todas suas forças "à preservação da independência, à soberania e à integridade territorial da República do Kosovo".

O ex-guerrilheiro declarou que o objetivo do Kosovo é "a integração na União Europeia (UE) e na Otan" e manter a amizade com os Estados Unidos.

Por isso, impulsionará as reformas estruturais, a luta contra a corrupção e ao crime organizado e o desenvolvimento da economia, informaram os meios de comunicação locais.

Thaçi ressaltou a importância da estabilidade e paz na região mediante o diálogo para a normalização das relações com a Sérvia, país que segue sem reconhecer a independência kosovar.

"O diálogo não tem alternativa e agora necessita de um novo dinamismo, nova energia para a tomada de decisões e seu cumprimento", manifestou Thaçi perante os parlamentares.

Amanhã será realizada na praça central "Skenderbeu" de Pristina pela primeira vez uma cerimônia oficial de posse, à qual foram convidados cerca de mil representantes de 50 países.

Thaçi, de 47 anos, foi eleito novo presidente em 26 de fevereiro, em meio a grandes protestos populares e com a oposição levando sua negativa ao parlamento, inclusive com o lançamento de gás lacrimogêneo para bloquear o trabalho da instituição.

Hoje, a oposição colocou em várias cidades do Kosovo cartazes com palavras de ordem contra Thaçi, como "a imagem do crime e a corrupção, o presidente", mas não organizou novos protestos.

Thaçi é historiador de formação, fundador e líder do Partido Democrático do Kosovo (KDP), principal partido do jovem país.

Foi líder político do Exército de Libertação do Kosovo (UCK) durante o conflito armado entre esta guerrilha e as forças sérvias em 1998-1999, que acabou com a intervenção da Otan.

Em 17 de fevereiro de 2008, sendo primeiro-ministro, leu no parlamento a declaração de independência do Kosovo.

O Kosovo, de 1,8 milhão de habitantes e povoado por uma maioria de albaneses étnicos, foi reconhecido até agora como país independente por 111 países, entre eles Estados Unidos e a maioria de membros da UE, com exceção da Espanha, Chipre, Grécia, Eslováquia e Romênia, e também não pela Sérvia, China e Rússia.