Topo

Israelense que queimou adolescente palestino vivo é condenado por assassinato

O israelense Yosef Haim Ben-David (centro) é levado para Corte em Jerusalém  - Ahmad Ghrabli/AFP
O israelense Yosef Haim Ben-David (centro) é levado para Corte em Jerusalém Imagem: Ahmad Ghrabli/AFP

Em Jerusalém

19/04/2016 07h37

Um tribunal de Jerusalém condenou nesta terça-feira (19) o nacionalista Yosef Jaim Ben-David, 30 , pelo assassinato em 2014 de um menor palestino que foi queimado vivo por ele e mais dois menores como vingança pelo assassinato dias antes de três adolescentes judeus no distrito cisjordaniano de Hebron.

O assassinato, que aconteceu pouco antes da escalada que levou à última guerra entre o movimento islamita Hamas e Israel, comoveu a sociedade israelense pela violência.

Muhamad Abu Khadir, de Jerusalém Oriental, foi sequestrado pelo condenado e dois menores que lhe acompanhavam, depois levado a uma floresta onde foi queimado vivo.

O assassinato do menor foi cometido como vingança pelo sequestro e assassinato de três adolescentes judeus em um cruzamento da Cisjordânia, cujos corpos apareceram depois no distrito de Hebron.

O processo judicial estava interrompido há três meses à espera de que os juízes decidissem se Ben David era responsável por seus atos no momento dos fatos, depois de a defesa alegar que sofreu um surto psicótico, informam os principais veículos de imprensa digitais locais.

Dois relatórios psiquiátricos contraditórios sobre seu estado atrasaram a decisão dos juízes.

"Sabíamos desde o princípio que não estava louco, que era um mentiroso. Nos dói, muito. O julgamento durou demais. Cada vez que o vemos, nos arde o sangue", disse hoje nos tribunais Hussein Abu Khadir, pai da vítima.

A pena imposta a Ben David por assassinato será conhecida no prazo de um mês.