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Menina sequestrada na Nigéria há dois anos é reencontrada

Meninas de Chibok foram vistas pela última vez neste vídeo, divulgado pelo Boko Haram - BBC
Meninas de Chibok foram vistas pela última vez neste vídeo, divulgado pelo Boko Haram Imagem: BBC

Em Maiduguri

18/05/2016 10h59

Uma das 200 meninas sequestradas em Chibok há mais de dois anos pelo grupo jihadista Boko Haram foi encontrada sã e salva em uma floresta do norte da Nigéria, informou nesta quarta-feira (18) à Agência Efe o porta-voz da Comunidade de Chibok, Manasseh Allen.

A adolescente, Amina, que já foi identificada por sua mãe, foi achada por um membro do grupo de vigilância civil nas margens da floresta de Sambisa, principal refúgio dos islamitas nigerianos.

Posteriormente, foi levada para que sua mãe e o vice-diretor da escola de Chibok da qual foi sequestrada em abril de 2014, a reconhecessem. Ambos confirmaram sua identidade.

Fontes da Comunidade asseguram que a menor foi achada com um bebê de poucos meses que poderia ser seu filho.

Amina é uma das 276 meninas que foram sequestradas durante a madrugada de 14 de abril de 2014 enquanto dormiam na escola como represália por frequentar aulas comuns, porque o Boko Haram considera que receber uma educação fora das escolas islâmicas é uma traição aos valores do Islã.

Hoje em dia, e após várias informações falsas sobre supostos resgates, ainda estão desaparecidas 218 meninas.

Organizações internacionais calculam que o Boko Haram tem em seu poder milhares de mulheres e meninas, mas nenhuma delas ganhou tanta repercussão como as de Chibok, transformadas em um símbolo pela campanha em redes sociais de personalidades famosas.

Boko Haram, cujo nome costuma ser traduzido como "a educação não islâmica é pecado", luta por impor um Estado islâmico no nordeste Nigéria através de uma campanha de terror, e um de seus principais objetivos é o sistema educacional.

Nos mais de seis anos que de conflito, o grupo assassinou mais de 12 mil pessoas, segundo estimativas governamentais -embora outras fontes situem este número em mais do dobro-, e obrigaram mais de 2,5 milhões de pessoas a fugir de suas casas.