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Presidente de Taiwan pede paz e estabilidade com a China e defende democracia

20/05/2016 02h44

Taipé, 20 mai (EFE).- Taiwan quer "paz e estabilidade" e também consenso em seus laços com a China, afirmou nesta sexta-feira a nova presidente da ilha, Tsai Ing-wen, em seu discurso de posse, no qual prometeu "defender a democracia" taiwanesa.

Tsai, do independentista Partido Democrata Progressista (PDP) e a primeira mulher presidente de Taiwan, prometeu em seu discurso "conduzir os laços com a China de acordo com a Constituição e outras leis", um reconhecimento indireto da ligação da ilha com a China, mas não com o regime comunista.

Em um discurso que foi acompanhado com grande interesse em Pequim e no resto do mundo, Tsai insistiu em "defender a democracia" de Taiwan como política prioritária.

"Meu objetivo é resolver problemas" e "entregar um país melhor para a nova geração", disse Tsai, que também ressaltou o desejo de que Taiwan tenha maior protagonismo internacional, sem se ausentar dos esforços para construir a paz e a estabilidade regional.

Tsai prometeu uma transformação na estrutura econômica de Taiwan, lutar contra a poluição, melhorar a previdência social, impulsionar a reforma da Justiça, elevar o protagonismo internacional da ilha e cooperar com os países do sudeste asiático e a Índia.

Para os taiwaneses, o que mais preocupa é a capacidade do novo governo de reativar a economia da ilha. No entanto, o mundo está de olho na postura de Tsai com relação à China e nas reações do gigante asiático, que considera Taiwan parte de seu território e está incomodado com a postura de defesa da soberania da nova presidente.

"A economia não pode melhorar de um dia para o outro, mas esta mudança presidencial desencadeou muitas expectativas entre a população", disse nesta sexta-feira à Agência Efe o diretor de Estudos Estratégicos da Universidade Tamkang, Li Da-zhong.

Com a posse de Tsai, Taiwan entra em um novo período, que põe fim à política do presidente anterior, Ma Ying-jeou, do Partido Kuomintang, de "trégua na luta diplomática" e reconhecimento do chamado "Consenso de 1992", que Pequim interpreta como a aceitação de que a ilha é parte da China.

Estiveram na cerimônia de posse 700 dignatários de 59 países, 22 deles aliados diplomáticos de Taiwan e não da China, incluindo o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, e as primeiras-damas de Guatemala, Haiti e Panamá.

Tsai é a segunda dirigente independentista no comando da ilha após Chen Shui-bian, que exerceu a presidência entre 2000 e 2008. No entanto, agora o PDP conta com maioria parlamentar para aplicar seu programa de reformas sociais e econômicas.