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Governo venezuelano e opositores se reúnem na República Dominicana

Em Caracas

28/05/2016 12h58

Delegações do governo venezuelano e da oposição se reuniram na cidade dominicana de Punta Cana, com a presença do ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e os ex-governantes da República Dominicana e Panamá, Leonel Fernández e Martín Torrijos, informaram neste sábado (28) meios de comunicação locais.

O canal regional "Telesur" patrocinado, pelo governo venezuelano, e o jornal venezuelano privado "El Nacional" divulgaram a notícia de que se trataria de uma "reunião exploratória para o diálogo" entre as partes.

A presidente da emissora, Patricia Villegas, informou segundo recolhe o meio que a "Telesur conseguiu confirmar que ocorreu a reunião exploratória para o diálogo e a manutenção da paz, o respeito à soberania nacional, a Constituição e o bem-estar do povo venezuelano".

Villegas também indicou que a delegação governista estaria formada pela chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez; seu irmão, o prefeito do município caraquenho de Libertador Jorge Rodríguez, e o deputado Elías Jaua.

Desde o lado opositor teriam participado os deputados Alfonso Marquina, Luis Aquiles e Timoteo Zambrano.

"A reunião aconteceu hoje na República Dominicana com a presença de José Luis Rodríguez Zapatero, Martín Torrijos e Leonel Fernández", afirmou a jornalista.

"El Nacional" afirmou que esta reunião está sendo realizada há três dias e assegura que na comitiva opositora se encontra, além disso, o dirigente do partido Vontade Popular Carlos Vecchio.

Além disso, este meio afirma que a oposição insistirá na participação de uma representação da Igreja Católica, "que é mais imparcial".

Rodríguez Zapatero, Fernández e Torrijos estiveram na Venezuela na semana passada como parte de uma comissão internacional convocada pelo governo venezuelano com o auspício de União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O político espanhol disse em 19 de maio que, após as conversas iniciadas com o governo da Venezuela, que é presidido pelo chavista Nicolás Maduro, e com a oposição, todos expressaram "vontade" de iniciar um "diálogo nacional".

Maduro disse esse mesmo dia que tinha convidado um grupo de ex-presidentes "de paz" para que a oposição "respeite a Constituição" e para que inicie um "diálogo de respeito".

A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) divulgou então um comunicado no qual afirmou que só irá a um diálogo sob condições, entre as quais destacou que o país deve "falar" através do referendo constitucional para revogar o mandato de Maduro, um mecanismo que a oposição tenta ativar atualmente.

A plataforma disse, além disso, que para que haja diálogo "sério e útil" deve ocorrer "a libertação dos presos políticos, o retorno dos exilados e a cessação das causas judiciais originadas na perseguição governamental contra a dissidência".