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Presidente do Equador diz que secretário da OEA "está bastante desorientado"

01/06/2016 00h23

Quito, 31 mai (EFE).- O presidente do Equador, Rafael Correa, considerou nesta terça-feira que o posicionamento do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) Luis Almagro está "fora de lugar", depois que o mesmo invocou a Carta Democrática contra a Venezuela e disse que o diplomata uruguaio "está bastante desorientado há algum tempo".

Correa afirmou em um encontro com jornalistas na província de Manabí, no noroeste do Equador, que Almagro "está tomando decisões por conta própria, de forma muito 'sui generis'" e manifestou o desacordo do governo equatoriano com a decisão do secretário da OEA.

Em um relatório, Almagro acionou hoje a Carta Democrática contra a Venezuela, o que pode levar à suspensão do país da organização internacional, por considerar que há uma "alteração da ordem constitucional que afeta gravemente a ordem democrática".

Correa disse que a autoridade máxima da OEA é sua Assembleia e que quando esse órgão não esta convocado, essa função cabe ao Conselho Permanente, ao qual Almagro está subordinado.

Além disso, o presidente equatoriano ressaltou que, com sua invocação à Carta Democrática, o responsável da OEA "está atendendo a um pedido do Legislativo venezuelano, quando normalmente se atendem aos pedidos do poder Executivo" para acionar essa carta.

"Obviamente, pois nós não estamos de acordo com isso (invocação à Carta Democrática) e acreditamos que a presidência do Conselho Permanente (que é ocupada pela Argentina) também não", disse Correa.

O presidente equatoriano ressaltou que, em sua opinião, a solução para o "gravíssimo problema venezuelano" será alcançada pela via de um diálogo que, segundo ele, está sendo realizado com a mediação dos ex-presidentes panamenho, Martín Torrijos; dominicano, Leonel Fernández, e espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.

O chefe de Estado do Equador expressou seu apoio a esse diálogo e ao acompanhamento que o mesmo está recebendo por parte da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que é formada por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Além disso, Correa reiterou que a invocação de Almagro está "fora de lugar" e não foi consultada com os países-membros da organização interamericana, nem com seu Conselho Permanente.