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Com vantagem mínima, Kuczynski se aproxima do triunfo nas eleições peruanas

Pedro Pablo Kuczynski, conhecido pelas iniciais PPK, celebra o fim da votação para a Presidência do Peru, na noite deste domingo (5), em Lima - Martin Mejia/AP
Pedro Pablo Kuczynski, conhecido pelas iniciais PPK, celebra o fim da votação para a Presidência do Peru, na noite deste domingo (5), em Lima Imagem: Martin Mejia/AP

Em Lima (Peru)

06/06/2016 16h24

O economista Pedro Pablo Kucyznski se encaminha para um triunfo com uma mínima vantagem sobre sua oponente, Keiko Fujimori, em um dos resultados mais apertados de segundo turno das últimas eleições presidenciais no Peru, realizado neste domingo (5).

Com 92,6% das urnas apuradas, Kuczynski, 77, obteve 50,32% dos votos, enquanto Keiko, 41, recebeu 49,68%, o que significa que sua vantagem se reduziu para 103.383 votos.

O chefe do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE), Mariano Cucho, ressaltou a necessidade de esperar o resultado final com calma e prudência e esclareceu que falta incorporar os votos emitidos no exterior e nas províncias mais afastadas.

Ex-ministro de Economia durante o governo de Alejandro Toledo, Kuczynski ganhou o segundo turno em 12 regiões do país, especialmente no sul e em Lima, onde vive um terço da população, enquanto a filha do ex-presidente Alberto Fujimori se impôs em 13 regiões do norte e do centro, de acordo com a contagem rápida dos institutos de pesquisa.

Ambos candidatos se mantiveram em silêncio nas primeiras horas de hoje, enquanto se reúnem com seus comandos de campanha, mas em suas declarações de ontem à noite preferiram ser prudentes devido à estreita margem de votos que os separava.

Kuczynski, também conhecido pela sigla PPK, disse que não tinha vencido ainda e que era preciso esperar os resultados oficiais.

Por sua parte, Keiko comentou que os números iniciais mostravam "um empate técnico" e, por esse, motivo anunciou que iria esperar com prudência "porque à noite chegarão os votos das regiões, do exterior e o voto rural do Peru profundo".

A candidata à segunda vice-presidência de Kuczynski, Mercedes Aráoz, disse hoje que "temos certeza que o que temos que esperar são os resultados oficiais, mas estamos definitivamente agradecidos porque vemos uma tendência, que acredito que reflete a vontade popular".

Já o candidato à primeira vice-presidência de PPK, Martín Vizcarra, agradeceu o apoio político da líder do esquerdista Frente Ampla, Verónika Mendoza, ao considerar que parte dos 30% de votação adicional recebida no segundo turno procede de seus simpatizantes no sul do país.

Do outro lado, o legislador fujimorista Héctor Becerril declarou à imprensa que "quase 50% do país está com a Força Popular, apesar de um grande setor do jornalismo empreender uma perseguição contra nossa candidata".

Seu colega de partido, Rolando Reátegui, afirmou que eles irão se reunir hoje com sua líder e que, "qualquer que seja o resultado, vamos atuar como absolutos democratas".

Os analistas concordaram hoje que a queda de Keiko Fujimori nas votações, após ter liderado as pesquisas durante a campanha, responde em parte às denúncias de suposta lavagem de ativos contra o ex-secretário-geral do partido e um de seus principais financistas, Joaquín Ramírez.

O caso também envolveu o candidato à vice-presidente de Keiko e ex-ministro de Agricultura de Alberto Fujimori, José Chlimper, depois que este reconheceu que entregou uma gravação a um programa de televisão que divulgou um áudio manipulado para desacreditar a denúncia contra Ramírez.

Além disso, a eventual derrota foi atribuída ao voto útil contra Keiko Fujimori no sul e o apoio de Verónika Mendoza à candidatura de Kuczynski.

Keiko enfrentou várias manifestações de protesto em rejeição ao retorno de políticas e ex-colaboradores de seu pai, condenado a 25 anos de prisão por corrupção e abusos dos direitos humanos, em um eventual governo seu.