Escócia ameaça vetar "Brexit"
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse neste domingo (26) que o Parlamento escocês poderia bloquear a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Em declarações para um programa da emissora BBC, a premiê sustentou que pediria "certamente" ao parlamento autônomo, onde seu partido tem 63 dos 129 deputados, que não concedesse o "consentimento legislativo" para que o governo de Londres procedesse com a saída do bloco comunitário.
No entanto, Sturgeon admitiu que o governo britânico poderia contestar a necessidade de ter que receber o consentimento de Edimburgo para proceder com o "Brexit".
"O que você está me dizendo é que deveria haver uma moção de consentimento legislativo, ou moções (no Parlamento escocês), sobre a legislação que levaria à separação do Reino Unido da União Europeia?", questionou a primeira-ministra ao apresentador do programa.
"Olhando de uma perspectiva lógica, eu custo a acreditar que esse requisito não seja necessário, mas suspeito que o governo britânico tenha outro ponto de vista", afirmou Sturgeon.
Ao ser perguntada pelo apresentador Gordon Brewer se cogita pedir ao parlamento autônomo que não dê seu respaldo a essa potencial moção de consentimento legislativo, a líder independentista respondeu: "Certamente".
"Se o Parlamento escocês decidir com base no que é melhor para a Escócia, então a opção de dizer, 'olhem, não vamos votar por algo que vai contra os interesses da Escócia', deve certamente estar sobre a mesa", acrescentou a premiê.
Sturgeon manifestou sua decepção com o resultado do histórico referendo de 23 de junho, vencido pelos partidários a deixar a União Europeia com 52% contra 48% dos votos.
Esse resultado, no entanto, contrasta com a votação ocorrida especificamente na Escócia, onde 62% dos eleitores apoiaram a permanência, contra 38% que decidiram pelo "Brexit".
Após conhecer o resultado, Sturgeon disse na sexta-feira que é "altamente provável" que a Escócia, que será "tirada da UE contra sua vontade", realize um segundo referendo de independência, depois que a maioria da população optou por permanecer no Reino Unido na consulta feita em setembro de 2014.
Sturgeon também anunciou que pedirá uma reunião com líderes das instituições europeias e dirigentes de outros Estados-membros do bloco para "assegurar o lugar da Escócia na UE".
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