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Navio naufragado poderia conter até 300 corpos, segundo Marinha italiana

Navio italiano carrega destroços do barco que naufragou em abril de 2015 com centenas de imigrantes  - Domenico Trovato/ANSA via AP
Navio italiano carrega destroços do barco que naufragou em abril de 2015 com centenas de imigrantes Imagem: Domenico Trovato/ANSA via AP

Em Roma

30/06/2016 14h38

A embarcação que naufragou em abril de 2015 no Mediterrâneo carregada de imigrantes e que foi recolocada à tona na segunda-feira passada poderia abrigar em seu interior entre 250 e 300 corpos, estimaram as autoridades marítimas italianas.

Esse é o balanço provisório feito hoje pelo contra-almirante da Marinha Militar italiana, Pietro Covino, em entrevista coletiva convocada após a operação de virar a embarcação e sua transferência para o porto siciliano de Augusta, informou a imprensa local.

Covino ressaltou que será difícil estabelecer um número concreto de vítimas fatais desta tragédia, mas estimou que o interior da embarcação pode conter entre 250 e 300 corpos.

A este número se acrescentaria os 169 corpos recuperados após a tragédia e a outros cem desaparecidos já que, de acordo com o testemunho dos 28 sobreviventes, na embarcação viajavam cerca de 700 imigrantes no momento do desastre.

Entre os sobreviventes estão o capitão do navio e seu assistente, processados atualmente no Tribunal de Catânia por sua suposta filiação a uma rede de tráfico de seres humanos.

A embarcação afundou em frente ao litoral da Líbia no dia 18 de abril de 2015 e seu naufrágio é um dos maiores registrados no Mediterrâneo, já que nele podem ter morrido centenas de pessoas, em sua maioria fechadas em seus porões e em seus deques inferiores.

Após permanecer durante mais de um ano submersa a 370 metros de profundidade, na segunda-feira passada foi recolocada à tona graças a um complexo sistema de guindastes instalado na embarcação Ivory.

O navio chegou ao porto de Augusta e permanecerá em um hangar refrigerado enquanto os bombeiros certificam seu estado de segurança para realizar depois sua abertura e a recuperação dos possíveis corpos que possa conter.

Em seguida começarão as autópsias e a identificação das vítimas por parte de uma equipe de legista coordenada pela professora Cristina Cattaneo, da Universidade de Milão.

Cattaneo, na mesma entrevista coletiva, assegurou que já receberam centenas de notificações de desaparecimento e que estão recopilando dados de familiares que vivam sobretudo em Mali e Senegal.

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Efe