Pela primeira vez, um governo dos Bálcãs terá ministra homossexual
O novo governo sérvio, cuja aprovação no parlamento é esperada para os próximos dias após um debate que começa nesta terça-feira (9), terá pela primeira vez uma ministra que se declara abertamente homossexual, algo que é uma novidade não só para este país, mas para toda a região balcânica.
A futura ministra de Administração Pública e Autogoverno Local, Ana Brnabic, foi até agora presidente da diretoria da Aliança Nacional para o desenvolvimento econômico local e é considerada uma especialista com grande experiência em assuntos de gestão.
O primeiro-ministro, Aleksandar Vucic, declarou que não importa a orientação sexual de Brnabic e nem as eventuais polêmicas que poderia causar, mas "só o resultado no difícil tarefa que lhe espera".
Falamos desse aspecto também. Ela não o oculta, fala com orgulho de sua orientação. (...) Me perguntou se isso me incomodava porque tinha certeza que seria alvo de debates, mas disse que não, que só interessa o que pode fazer; e sei que é especialista" Aleksandar Vucic
"Tem uma energia extraordinária e me alegro de trabalhar com ela", acrescentou o chefe de governo.
Tanto na Sérvia como no resto dos Bálcãs os grupos minoritários por sua orientação sexual sofrem uma forte rejeição, embora nos últimos tempos houve avanços na afirmação dos direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e pessoas Transgênero) nesta região que aspira a sua integração na União Europeia (UE).
Em 2010, na Sérvia, grupos homofóbicos e violentos causaram desordens durante uma Parada do Orgulho Gay, e forçaram o governo a cancelar algumas dessas manifestações.
No entanto, nos últimos anos puderam celebrar-se sem incidentes, embora com amplas medidas de segurança.
A comunidade LGBT na Sérvia, a GSA, elogiou em comunicado a decisão de Vucic de incluir em seu governo Brnabic, o que qualificaram como "um momento histórico para a Sérvia".
É "um passo enorme na edificação da sociedade de igualdade de oportunidades, que reconhece e avalia a qualidade e o profissionalismo do povo em altos cargos sem distinguir sua orientação sexual", afirma a nota.
A GSA considera que a escolha de Brnabic como ministra "contribuirá sem dúvida, entre outras coisas, à igualdade e a uma maior aceitação e compreensão para a comunidade LGBT".
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