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Hillary tenta conquistar votos dos mórmons de Utah, decepcionados com Trump

10/08/2016 22h12

Washington, 10 ago (EFE).- A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, tentou conquistar nesta quarta-feira os eleitores de Utah, um dos estados mais conservadores do país e epicentro da fé mórmon, com um artigo em que dizia que seu rival republicano, Donald Trump, carece da moralidade necessária para o principal cargo político americano.

Os eleitores de Utah, onde nenhum candidato democrata vence eleições presidenciais desde 1964, parecem pouco entusiasmados com o atual candidato republicano, e Hillary tentou usar dessa frustração a seu favor com um artigo publicado no jornal mórmon "Deseret News".

"Luto há anos pela defesa da liberdade religiosa. Como secretária de Estado, transformei essa questão em um pilar de nossa política externa", afirmou Hillary em seu artigo publicado hoje.

Para a candidata democrata, a liberdade de culto "é um dos ideais sagrados que definem" os EUA como país, e "isso é algo que Donald Trump não parece compreender".

"A cada dia Trump segue demonstrando que carece da moralidade necessária para ser nosso comandante-chefe", atacou.

O pouco ortodoxo candidato republicano tem 37% das intenções de voto em Utah, porcentagem considerada muito baixa para um estado que é praticamente garantido para os conservadores há mais de meio século, enquanto 25% dos eleitores apoiam Hillary, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo site especializado Utahpolicy.com.

Decidida a conquistar mais apoiadores, Hillary aceitou o convite do "Deseret News", que oferece espaço para artigos em suas páginas a todos os candidatos à presidência dos EUA. O veículo, no entanto, ainda não recebeu resposta de Trump.

A ex-secretária de Estado condenou a proposta do magnata de impedir a entrada de todos os muçulmanos, o que, segundo ela, ameaça a "tradição e os valores" dos EUA.

Hillary lembrou também que dois políticos proeminentes em Utah, o ex-candidato presidencial republicano Mitt Romney e o atual governador do estado, Gary Herbert, criticaram a proposta.

A democrata também citou um ex-senador republicano por Utah, o mórmon Larry Pressler, que a apoia na corrida presidencial e que compara a proposta de Trump sobre os muçulmanos com a ordem de exterminar os mórmons dada em 1838 pelo então governador do Missouri, Lilburn Boggs.

"O que está em jogo em novembro não é nada menos que o tipo de nação que queremos ser", escreveu Hillary.

A candidata ressaltou também a necessidade de "aprovar uma reforma migratória integral para tirar as famílias de ilegais das sombras e manter unidos pais e seus filhos", além de "garantir salários iguais para homens e mulheres" e "assegurar uma licença-maternidade remunerada", dentre outras políticas.

"Depende de nós decidir se iremos nos esconder atrás da concepção de Trump de que só há uma forma de sermos americanos, ou se reconheceremos a sabedoria fundamental de nossa Constituição, que mostra que precisamos uns dos outros para que este país floresça", argumentou a ex-primeira-dama.

Hillary citou também a irmã Rosemary M. Wixom, a primeira mulher a entrar para o Conselho Executivo do Templo e da História Familiar da Igreja Mórmon, que afirmou uma vez que "os indivíduos são fortes, mas juntos, com Deus, são invencíveis".

"Se me derem a honra de ser sua presidente, lutarei a cada dia para cumprir a responsabilidade sagrada de defender a constituição americana e a liberdade religiosa consagrada nela", prometeu a candidata democrata.