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Fidel Castro completa 90 anos e pede paz no mundo

AP/Ismael Francisco
Imagem: AP/Ismael Francisco

Em Havana

13/08/2016 12h21

O ex-presidente cubano Fidel Castro, que completa 90 anos neste sábado (13), pediu a preservação da paz no planeta e alertou que "a espécie humana enfrenta o maior risco de sua história".

"É preciso frisar sobre a necessidade de preservar a paz, e que nenhuma potência tenha o direito de matar milhões de seres humanos", escreveu o líder da Revolução Cubana em artigo intitulado "El Cumpleaños" (O aniversário) e publicado hoje no portal oficial "Cubadebate".

Fidel, afastado do poder por problemas de saúde há uma década, aborda neste novo artigo questões como o problema da superpopulação mundial, as armas nucleares, as tentativas dos Estados Unidos de eliminá-lo e a importância da educação, mas também lembra, em tom nostálgico, episódios de sua infância.

"A espécie humana enfrenta hoje o maior risco de sua história. Os especialistas neste tema são os que mais podem fazer pelos habitantes deste planeta, cujo número se elevou, de 1 bilhão no final de 1.800, a 7 bilhões no início de 2016. Quantos terão no nosso planeta dentro de alguns anos?", questiona o ex-mandatário.

Um ano e meio depois do começo do histórico processo de degelo diplomático entre Cuba e Estados Unidos, Fidel considera que o discurso do presidente americano, Barack Obama, em sua visita ao Japão em maio foi fraco.

"Faltaram palavras para se desculpar pelo massacre de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima, apesar de conhecer os efeitos da bomba (atômica lançada pelos Estados Unidos sobre essa população em 1945)", sustenta ele. E acrescenta: "Foi igualmente criminoso o ataque a Nagasaki, cidade que os donos da vida escolheram ao acaso. É preciso frisar sobre a necessidade de preservar a paz, e que nenhuma potência tenha o direito de matar milhões de seres humanos".

Os 90 anos de Fidel Castro

Fidel rememora as características geográficas de Birán, na atual província de Holguín, onde nasceu, e conta como seu pai sofreu antes de morrer, poucos anos antes do triunfo da Revolução e, em outro parágrafo, defende que a falta de educação "é o maior prejuízo que se pode fazer a uma criança".

"De seus três filhos homens, o segundo e o terceiro estavam ausentes e distantes. Um nas atividades revolucionárias e outro cumprindo seu dever. Eu tinha dito que sabia quem podia me substituir se o adversário tivesse sucesso em seus planos de eliminação. Eu quase ria com os planos maquiavélicos dos presidentes dos Estados Unidos", escreve Fidel Castro.

O ex-presidente agradece também as "mostras de respeito, saudações e os presentes" recebidos no seu aniversário e assegura que tudo isso dá força "para reciprocar através de ideias" que transmitirá aos militantes do Partido Comunista de Cuba (PCC, único) e "aos organismos pertinentes".

Há meses, Cuba comemora os 90 anos do líder de sua Revolução com vários eventos e homenagens. O principal ato será hoje no Teatro Karl Marx, em Havana, que abrirá suas portas para uma peça sobre a qual não foram divulgados detalhes.

A última "Reflexão" de Fidel Castro divulgada na imprensa oficial foi em 28 de março e levava por título "O irmão Obama".

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