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Procurador quer incluir "traição à pátria" em denúncia contra Cristina Kirchner

Marcos Brindicci/Reuters
Imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Em Buenos Aires

15/08/2016 16h22

O procurador argentino Germán Moldes solicitou a inclusão de "traição à pátria" nas acusações arquivadas contra a ex-presidente Cristina Kirchner, por suposto acobertamento de terroristas, o que pode levar a reabertura da denúncia proposta pelo falecido Alberto Nisman, informou nesta segunda-feira (15) a agência estatal "Télam".

O procurador apresentou o relatório à Câmara Federal de Justiça de Buenos Aires na última sexta-feira, instância que atualmente tem em mãos a denúncia, arquivada desde maio por inexistência de crime, após um pedido de reabertura realizado pelo promotor Gerado Pollicita.

Em sua revisão, Moldes não só argumenta em favor da necessidade de se reabrir o caso, como acrescenta um pedido para que se averigue um possível crime de "traição à pátria" por parte de Cristina e de funcionários públicos mencionados na denúncia que Nisman apresentou quatro dias antes de morrer.

O promotor argentino Alberto Nisman foi encontrado morto em sua casa, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, em circunstâncias ainda não esclarecidas, informaram nesta segunda-feira (19) fontes judiciais. Ele era o autor da denúncia contra a presidente Cristina Kirchner por suposto encobrimento do Irã em um atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos - Marcos Brindicci/Reuters - Marcos Brindicci/Reuters
O promotor Alberto Nisman
Imagem: Marcos Brindicci/Reuters


O relatório menciona ainda uma possível "omissão funcional em perseguir delinquentes", segundo informa a "Télam".

Nisman, que foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento com um tiro na cabeça, em 18 de janeiro do ano passado, em circunstâncias ainda não esclarecidas, apresentou denúncia contra a ex-presidente quatro dias antes de morrer.

O promotor investigava o atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos em Buenos Aires, em 1994.

Na denúncia, Nisman acusa Cristina Kirchner e membros de seu gabinete de ter negociado junto ao Irã a impunidade dos supostos responsáveis pela ação, que seriam desse país.

Sob alegação de inexistência de crime, o juiz Daniel Rafecas indeferiu a denúncia, decisão confirmada posteriormente por dois tribunais superiores de apelação.

Nesta semana, porém, Pollicita apelou para reativar a causa e, paralelamente, há outro juiz argentino, Claudio Bonadio, que solicitou a revisão de toda a documentação relativa ao processo.