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Obama diz que está preparado para suspender as sanções a Mianmar "em breve"

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, se encontra com o presidente dos EUA, Barack Obama, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington DC - Carlos Barria/Reuters
A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, se encontra com o presidente dos EUA, Barack Obama, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington DC Imagem: Carlos Barria/Reuters

Em Washington

14/09/2016 14h57

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (14) que está preparado para suspender "em breve" as sanções que pesam sobre Mianmar, após receber no Salão Oval a chefe de fato do governo desse país, a vencedora do prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Em declarações aos jornalistas após sua reunião com Suu Kyi, Obama destacou o progresso realizado por Mianmar em sua transição à democracia após décadas de regimes militares.

Em comunicado conjunto assinado por ambos governos, a Casa Branca garantiu que os Estados Unidos colocarão fim à "emergência nacional" com relação a Mianmar e "revogarão" a ordem executiva na qual se baseia o programa de sanções ao país asiático.

Além disso, pouco antes do início de seu encontro com Suu Kyi, Obama ordenou, em carta enviada ao Congresso, que Mianmar volte a desfrutar dos benefícios comerciais do Sistema de Preferências Generalizadas (GSP, por sua sigla em inglês), que foram suspensos a esse país em 1989, durante o mandato de George W. Bush.

Assim, Mianmar voltará à lista de países pobres e em desenvolvimento que se beneficiam do GSP, que outorga tratamento preferencial à importação de certos produtos e reduções tarifárias significativas.

Obama impulsionou o diálogo bilateral com Mianmar para tentar conseguir avanços em matéria de direitos humanos e elogiou o processo de transição à democracia realizado pelo país asiático.

Mianmar celebrou em 8 de novembro de 2015 as primeiras eleições livres em décadas, que foram vencidas por Suu Kyi e seu partido, a Liga Nacional pela Democracia.

O governo de Suu Kyi, a primeira democrata do país desde o golpe militar de 1962, tomou posse em 30 de março, com Htin Kyaw como chefe do Estado porque a Constituição herdada da época das juntas militares impede a Nobel da Paz de 1991 de desempenhar esse cargo.

Suu Kyi ocupa no atual Executivo os cargos de assessora do Estado, equivalente ao de primeiro-ministro, titular de Relações Exteriores e ministra da presidência.

Depois da formação do novo governo, os EUA levantaram uma parte das sanções impostas a Mianmar durante os regimes militares.