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Michelle Obama entra na campanha de Hillary para conquistar o voto jovem

Raquel Godos

Em Fairfax (EUA)

16/09/2016 20h29

A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, fez nesta sexta-feira sua primeira aparição oficial na campanha eleitoral em favor da candidata à presidência pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, em um ato no qual "arregaçou as mangas" para tentar conquistar o voto dos jovens, ao dizer que "não é a hora de desanimar".

Diante de centenas de estudantes da Universidade George Mason, no estado da Virgínia, a primeira-dama deixou evidente em mais uma ocasião seu grande carisma ao lidar com o público e apelou aos mais jovens para que "não venham a um comício só para tirar 'selfies', mas para ir às ruas e conseguir registrar eleitores (para a candidata)".

"Vou trabalhar muito duro para fazer com que Hillary Clinton seja eleita. Preciso da ajuda de vocês, mas vocês têm que arregaçar as mangas. Estão prontos?", perguntou Michelle aos estudantes, antes de lembrá-los de que não é preciso apenas votar em novembro, mas que é necessário mobilizar suas comunidades para aumentar a participação.

A primeira-dama lembrou que a Virgínia é um dos estados-chave (os chamados 'swingstates', que não têm preferência definida entre os dois grandes partidos) nas eleições presidenciais e insistiu que, no último pleito, quando seu marido foi reeleito, a margem de vitória em alguns desses estados foi de apenas alguns votos.

"As eleições não são apenas sobre quem vota, mas também sobre quem não vota", advertiu Michelle aos mais jovens, que costumam registrar os índices mais baixos de participação nas eleições.

Por isso, a primeira-dama reforçou que é muito importante que os jovens "se disponham a trabalhar com o coração" para fazer com que Hillary seja finalmente eleita presidente.

"A escolha que vocês vão fazer em 8 de novembro determinará se vocês poderão pagar ou não uma matrícula universitária". "Vocês têm que chegar a todos que conhecem, sua família, seus amigos, e conseguir fazer com que se registrem para votar. Não saiam deste edifício sem fazer isso", pediu a primeira-dama aos estudantes.

Michelle também disse que "não concorda" com aqueles que se mostram desiludidos diante das perspectivas políticas do país, e encorajou os jovens a "não ouvirem o ruído" da campanha eleitoral, que está viciada pela retórica maliciosa do candidato republicano Donald Trump, e a avaliarem o quê a ex-secretária de Estado pode oferecer ao país.

"Ela me inspira. Sinto-me inspirada por sua vida e sua carreira, dedicadas ao serviço público", declarou a primeira-dama, ao reiterar que nem seu marido, Barack Obama, nem o da candidata democrata, o ex-presidente Bill Clinton, estavam tão preparados como Hillary para ocupar o cargo.

"E acontece que ela é uma mulher", frisou Michelle, para depois ser ovacionada pelo público.

"Hillary tem a capacidade de resiliência que é necessária para fazer este trabalho e, quando a derrubam, ela sempre consegue se levantar", acrescentou a primeira-dama.

Michelle também ressaltou que "apenas uma pessoa nesta corrida presidencial" está qualificada para ocupar o cargo, uma responsabilidade que, segundo ela, "pode levar ao início de guerras, pode destruir mercados e mudar o destino do planeta".

"A presidência não muda quem você é. Ela revela quem você é. E o mesmo acontece em uma campanha presidencial", disse Michelle, em referência ao magnata do setor imobiliário.

Entre gritos de "Four more years" ("Mais quatro anos", em tradução livre), a primeira-dama explicou que é compreensível sentir "incerteza" por causa da transição que o país vai atravessar com a chegada de um novo presidente, mas insistiu na necessidade de se eleger Hillary para que os Estados Unidos não voltem à situação que viviam quando seu marido chegou à presidência.

A presença de Michelle Obama na campanha, após seu inesquecível discurso na Convenção Nacional Democrata em julho na Filadélfia, é o último alicerce nos esforços dos democratas para superar Donald Trump na reta final da corrida eleitoral.

A primeira-dama escolheu uma universidade da Virgínia para iniciar sua campanha pela ex-secretária de Estado cumprindo com uma estratégia dupla: primeiro, apelar aos mais jovens, um grupo no qual Hillary não é muito popular; e segundo, fazendo seu discurso em um estado determinante para os resultados de novembro.