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Castro: Cuba não renunciará a um só de seus princípios por relação com EUA

17/09/2016 20h38

Isla Margarita (Venezuela), 17 set (EFE).- O presidente de Cuba, Raúl Castro, garantiu neste sábado que Cuba não renunciará a "um só de seus princípios" em prol da normalização da relação de seu país com os Estados Unidos e voltou a dizer que sem a suspenção do bloqueio e a devolução do território da base americana de Guantánamo não será possível ter relações naturais.

Em seu discurso na cúpula de chefes de Estado e de governo dos membros do Movimento de Países Não-Alinhados (MNOAL), ele declarou que aconteceram "alguns avanços" na relação com os Estados Unidos, principalmente no âmbito diplomático e de cooperação "em temas de interesse mútuo", mas destacou que "não foi igual na esfera econômico-comercial". E isto, segundo ele, "devido ao alcance limitado, embora positivo, das medidas adotadas até agora pelo governo americano".

Castro disse que Cuba continuará reivindicando o levantamento dos bloqueios econômico, comercial e financeiro, "que tantos danos e privações" causam à ilha, assim como que se devolva a sua soberania do "território ocupado ilegalmente" pela base naval americana em Guantánamo.

"Sem isto não poderemos ter relações normais, como também não será possível se não acabarem outras políticas ainda vigentes que são prejudiciais à soberania de Cuba, como os programas subversivos e intervencionistas", afirmou.

O presidente cubano destacou que "não se pode subestimar" a "enorme força" quando atuam "conjuntamente" os não-alinhados, movimento do qual Cuba assumiu em duas ocasiões a presidência. Ele disse que, para seu país, a não escalação significa "a luta para modificar radicalmente a ordem econômica internacional imposta pelas grandes potências". Essa ordem fez com que apenas 360 pessoas possuam uma riqueza anual superior aos rendimentos de 45% da população mundial.

"A lacuna entre ricos e pobres cresce. A transferência de tecnologias do Norte ao Sul é uma aspiração esquiva e a globalização favorece fundamentalmente a um seleto grupo de países industrializados", ressaltou o líder cubano.

Além disso, lembrou que "milhões de crianças morrem anualmente por causa da fome e de doenças que poderiam ser prevenidas", que quase 800 milhões de pessoas não sabem ler ou escrever e que "milhões de dólares são dedicados a despesas militares". De acordo com o presidente cubano, a realização dos direitos humanos "continua sendo um sonho para milhões de pessoas no mundo todo".

"A única alternativa perante os enormes perigos e desafios que temos pela frente é a unidade e a solidariedade em defesa de nossos objetivos e interesses comuns", disse Castro aos participantes da cúpula.