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Homem negro desarmado é morto por policial em estrada dos EUA

20/09/2016 00h04

Washington, 19 set (EFE).- Uma agente da polícia de Tulsa, em Oklahoma, nos Estados Unidos, matou a tiros um homem negro, que estava desarmado, cujo veículo tinha dado problema em uma estrada, apontando para um novo caso de suposta violência policial contra os afro-americanos no país.

As autoridades divulgaram nesta segunda-feira, o vídeo do fato, que ocorreu na última sexta-feira, onde o chefe de polícia de Tulsa, Chuck Jordan, classificou o caso, durante entrevista coletiva, de "muito preocupante".

O morto, identificado como Terence Crutcher, de 40 anos, teve problemas com sua caminhonete que quebrou em área arborizada da cidade, onde em seguida chegaram várias viaturas da polícia.

No vídeo, Crutcher aparece caminhando em direção ao veículo com as mãos para o alto, seguido pela agente Betty Shelby, que aponta uma arma, enquanto dois outros policiais se juntam a ela, também apontando suas armas contra o homem.

Depois de alguns segundos, Terence Crutcher, aparentemente, baixa seus braços para buscar algo no interior do veículo através da janela do motorista, momento onde recebe pelo menos um tiro disparado por Betty Shelby e cai no chão.

Crutcher morreu no hospital pouco depois.

"Vamos fazer a coisa certa, não encobriremos nada", explicou hoje o comandante da polícia, ao detalhar que o vídeo, que viu ao lado da família de Crutcher, "como muito difícil de assistir".

Inicialmente, um porta-voz da polícia tinha afirmado que Crutcher havia se recusado a obedecer as ordens dos agentes, entre elas a de manter os braços para o alto.

Tanto Betty Shelby como o outro policial identificado como Tyler Turnbough, foram suspensos, - o procedimento habitual nestes casos - até que a investigação seja concluída.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, por sua vez, anunciou a abertura de uma investigação independente de "direitos civis", conduzida pela polícia de Tulsa.

O advogado da família, Damario Solomon-Simmons, qualificou o vídeo de "inquietante" e acusou a polícia de ter deixado Crutcher sangrando no chão.

A irmã gêmea do falecido, Tiffany, entretanto, se mostrou especialmente aborrecida pelo comentário de um agente que descreveu Crutcher como um "cara mau".

"Estamos devastados, toda a família está devastada. Esse cara mau era pai, era cara mau era filho, esse cara mau estava matriculado na Universidade Comunitária de Tulsa para nos deixar orgulhosos, esse cara mau amava Deus e cantava na igreja todo fim de semana", disse a irmã da vítima.

Organizações de direitos civis, exigindo a prisão imediata de Betty Shelby, acusada de assassinato.