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População protesta em Charlotte (EUA) após policial matar um negro

21/09/2016 05h48

Washington, 21 set (EFE).- A cidade de Charlotte, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, viveu uma noite de distúrbios na terça-feira, após a morte, horas antes, de Keith Lamont Scott, um negro de 43 anos, baleado horas pela polícia.

Durante os confrontos entre policiais e manifestantes, seis agentes ficaram feridos, um dos quais pelo impacto de uma pedra no rosto, enquanto diversas viaturas e veículos de imprensa foram danificados.

O número de manifestantes feridos nos confrontos, que começaram ao entardecer e se prolongaram durante horas, é desconhecido, como também eventuais detenções.

A tensão em Charlotte começou quando os policiais mataram Scott no estacionamento de um edifício, e segundo eles, o homem estava armado e "representava uma ameaça de morte iminente" para os agentes.

"O sujeito saiu do veículo com uma arma de fogo que representava uma ameaça de morte iminente para os agentes, que seguidamente dispararam suas armas", informou a polícia de Charlotte através de um comunicado.

Os agentes tinham ido ao edifício para executar um mandado de prisão contra outro homem, que não foi encontrado.

Familiares de Scott negaram que ele estivesse armado e asseguraram que ele levava um livro que estava lendo enquanto esperava seu filho que retornava da escola.

O policial que matou Scott foi identificado como Brentley Vinson e, segundo veículos de imprensa locais, também é negro.

A prefeita de Charlotte, a maior cidade da Carolina do Norte com mais de 825 mil habitantes e 35% da população negra, Jennifer Roberts, disse que a comunidade "merece respostas" e prometeu uma "investigação completa".

Este caso chega rodeado de um clima de tensão racial que cresceu nos últimos dois anos pela morte de dezenas de negros pelas mãos de policiais brancos e dias depois que uma agente matou um afro-americano desarmado em Oklahoma.

Nos protestos de terça-feira, os manifestantes levavam cartazes que diziam: "Parem de nos matar", "sem justiça não há paz" e "as vidas dos negros também importam".