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Primeiro-ministro de Israel diz que ONU se transformou em "farsa moral"

22/09/2016 15h35

Nações Unidas, 22 set (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira que a ONU se transformou em uma "farsa moral" e criticou a "obsessão" da maioria dos membros do órgão com o seu país.

"A ONU começou como uma força moral e se transformou em uma farsa moral", disse Netanyahu, citando como exemplo o fato de a Assembleia-Geral ter aprovado no ano passado 20 resoluções contra Israel e apenas três contra os demais países-membros.

Apesar das críticas, o primeiro-ministro se mostrou convencido que as atitudes do mundo em direção a Israel estão começando a mudar e confiou que, em poucos anos, seu país poderá "aplaudir" a ONU.

"Israel tem um grande futuro na ONU. Sei que ouvir isso de mim é uma surpresa, porque ano após ano subi neste palanque e critiquei duramente a ONU por seu preconceito contra Israel", brincou.

Para Netanyanu, esse novo cenário positivo para Israel ocorrerá na medida em que mais governos reconheçam o país como um "parceiro potente", inclusive dentro do próprio mundo árabe.

Interrompido por aplausos em algumas ocasiões, Netanyahu voltou a brincar. "Aplausos constantes para o primeiro-ministro de Israel na Assembleia-Geral? A mudança deve estar chegando antes que eu pensava", ironizou.

Netanyahu insistiu em apresentar uma visão otimista do futuro e se mostrou convencido de que Israel chegará a uma paz sustentável com todos os seus vizinhos. No entanto, mais uma vez, fez duras críticas aos palestinos, especificamente ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que discursou pouco antes.

"Digo ao presidente Abbas que ele tem uma escolha: pode seguir agitando o ódio como hoje ou combatê-lo de frente, trabalhando comigo para obter a paz", afirmou.

O primeiro-ministro de Israel reiterou seu compromisso com uma solução de dois Estados para o conflito do Oriente Médio, mas deixou claro que não aceitará termos "ditados desde a ONU". "O caminho para a paz passa por Jerusalém e Ramala, não por Nova York", completou.

Além disso, Netanyahu rebateu os argumentos de Abbas sobre os assentamentos de Israel, uma política criticada pelo líder da ANP por "destruir as possibilidades de paz" e apontada como uma das causas para o conflito na região.

"Esse conflito sempre foi sobre a existência de um Estado judeu, independentemente de suas fronteiras. Para os palestinos, os verdadeiros assentamentos estão em Tel Aviv, Yafa e Haifa", disse, citando cidades israelenses.

Apesar das tensões criadas nos últimos meses pelas críticas dos EUA aos assentamentos em territórios ocupados, Netanyanu destacou a profunda aliança entre os dois países. E também citou mais uma vez o Irã como grande ameaça para Israel e para o mundo.