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Rússia transformará seu porto de manutenção na Síria em base naval permanente

10/10/2016 09h18

Moscou, 10 out (EFE).- A Rússia converterá em uma base naval permanente suas instalações no porto sírio de Tartus, que até o início do conflito serviam de ponto de manutenção técnica e abastecimento para a frota russa no Mediterrâneo, anunciou nesta segunda-feira o vice-ministro da Defesa russo, Nikolai Pankov.

"Teremos no território da Síria uma base naval permanente em Tartus. Os documentos correspondentes já estão prontos na prática", disse Pankov em reunião do comitê internacional do Senado russo.

Recentemente, a Rússia reconheceu que enviou para esse porto uma bateria de mísseis antiaéreos S-300 para defender suas embarcações na região.

O ex-chefe do Estado-Maior da marinha russa, o almirante Viktor Kravchenko, explicou hoje que os planos de construir uma base naval na Síria representam "um reforço notável" da presença militar russa no país árabe.

"Trata-se de criar uma infraestrutura completa. Não são apenas embarcações e píeres, mas um sistema de comando, veículos de vigilância e defesa, sistemas de defesa antiaérea e antinavios. Também implica a presença de um grande contingente terrestre para proteger as instalações" detalhou Kravchenko.

Na semana passada, circulou a informação de que três corvetas russas armadas com sistemas de mísseis de longo alcance se dirigiam ao leste do Mediterrâneo para se juntarem à pequena frota que a Rússia tem posicionada no litoral da Síria.

No entanto, nem sequer na época da Guerra Fria - quando a União Soviética tinha sua 5ª esquadra naval posicionada em águas do Mediterrâneo - Moscou chegou a contar com uma base permanente nesses mares.

Naquela época, a marinha russa contava com os chamados pontos de manutenção técnica e abastecimento na maioria de suas missões internacionais, entre os quais estavam Tartus (desde 1977), e outros distribuídos por Egito, Somália, Iêmen, Etiópia, Guiné, Líbia, Tunísia e Angola.

Apenas em Cuba, no porto de Ciénfuegos, e na baía de Cam Rahn, no Vietnã, a URSS manteve bases navais entre 1979 e 2002.

Precisamente agora, em plena tensão com os Estados Unidos, a Rússia se propõe a recuperar essas bases no território desses dois antigos aliados comunistas da URSS.

A 5ª esquadra soviética era integrada por mais de 50 embarcações, 30 de superfície, 15 submarinos e inumeráveis navios de assistência e sua missão era prevenir um ataque contra a URSS por parte da 6ª frota americana nos tempos da Guerra Fria.