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Líderes do "não" pedem a Santos uma testemunha em novo acordo com as Farc

24/10/2016 01h53

Bogotá, 23 out (EFE).- Representantes da campanha do "não" que venceu no referendo do dia 2 de outubro sobre o acordo de paz com as Farc enviaram neste domingo uma carta ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, na qual pedem uma testemunha sem voz nem voto na renegociação do novo acordo em Cuba.

O ex-presidente Andrés Pastrana, a ex-candidata à presidência Marta Lucía Ramírez e o ex-procurador Alejandro Ordóñez manifestaram ao presidente a importância de que os colombianos vejam transparência na mesa de negociação "para superar a desconfiança" com a nova fase do diálogo.

"Centenas de versões sobre supostas formas de desconhecer a vontade popular expressada nas urnas estão minando o caminho para a paz que a Colômbia merece e gerando um mar de desconfianças", disseram os signatários do pedido.

"Para manter a confiança, respeitosamente sugerimos criar um mecanismo que sem interferir nas negociações possa servir de acompanhamento e consulta aos negociadores do governo, e garantia à sociedade", acrescentaram.

"Adicionalmente poderia existir também uma testemunha na mesa de negociação com as Farc", assinalaram, pois consideram que "a transparência é fundamental para superar a desconfiança".

Depois da derrota no referendo, Santos convocou um grande diálogo nacional para o qual se reuniu com diferentes setores da sociedade, incluindo representantes do "não", como Pastrana, Ramírez e Ordóñez, e o ex-presidente Álvaro Uribe, líder do partido Centro Democrático e da oposição.

Os líderes do "não" acrescentaram que é necessário "desbloquear a paz" e para isso é preciso declarar "uma cessação bilateral e definitiva de desconfianças"

Na carta dizem também ao presidente que, como chefe de Governo que é, deixam em suas mãos "a maior possibilidade que existiu na Colômbia de chegar a um grande consenso pela paz".

"Esta oportunidade não pode ser perdida! Ainda temos tempo de transformar esta absurda divisão da Colômbia na unidade que se necessita para uma paz estável e duradoura", assinalaram.