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Dalia, Celia, Natalia e Mirta: as mulheres da vida de Fidel Castro

Célia Sanchez a mulher mais associada a vida de Fidel - AFP
Célia Sanchez a mulher mais associada a vida de Fidel Imagem: AFP

03/12/2016 06h21

Basicamente, quatro mulheres marcaram a história de Fidel Castro: Mirta, a primeira esposa e mãe de seu primogênito; Natália, a paixão que resultou na única filha que se tem conhecimento; Dália, a viúva e companheira por anos, e Célia, sua mais fiel colaboradora.

Sobre seus romances, uniões e desamores, o fechado líder cubano deixou poucos relatos, mas biógrafos e contemporâneos falam do magnetismo que o carismático e poderoso Fidel sempre exerceu sobre as mulheres.

A relação que Fidel nunca escondeu do público foi com Mirta Díaz-Balart, com quem se casou em 1948 e se separou em 1955, durante a radicalização de suas atividades revolucionárias e antes da luta guerrilheira que culminou com o triunfo da Revolução em 1º de janeiro de 1959.

O filho do casal, que nasceu em setembro de 1949 e ganhou o nome de Fidel Angel, foi durante décadas o único descendente dos Castros reconhecido oficialmente e "visível" para a maioria dos cubanos.

"Antes de Mirta tive outras namoradas e muitas amigas. Gostava da companhia das mulheres. Ficava uma boa parte do tempo conversando com elas na Escola de Direito", confessou Fidel em um livro de memórias intitulado "Guerrillero del Tiempo" e publicado em Cuba em 2011.

No texto, fruto de suas conversas com a jornalista cubana Katiuska Blanco, reconheceu que a relação que teve com Mirta foi assumida "com muita seriedade" e quando o filho nasceu ele cumpriu "também com seriedade" as obrigações de pai.

"Decidi me casar com Mirta, que estudava na Escola de Filosofia. Associei o casamento à ideia de me dedicar aos estudos. Foi em outubro do ano 1948", disse o líder cubano.

Fidel e Mirta, filha de uma rica e influente família de Banes (povoado da atual província de Holguín), se casaram no civil em 11 de outubro de 1948 e no dia seguinte fizeram a celebração na Igreja Católica. Para Fidel, essa segunda cerimônia foi "estritamente social".

"Honestamente, estava mais interessado na moça do que nos trâmites", justificou.

Depois do divórcio soube-se que Fidel manteve um tórrido relacionamento com Natália Revuelta, que originou, em 1956, o nascimento da filha ilegítima, Alina Fernández Revuelta, desde 1993 exilada em Miami, nos Estados Unidos, e ferrenha crítica do pai.

Natália era ativista do Partido Cubano, do qual Fidel também foi membro, e estava casada com o prestigiado cardiologista Orlando Fernández. Os dois já tinham uma filha e ela mirava a alta sociedade havanesa.

Em fevereiro de 1953, Fidel e alguns companheiros começaram a se reunir na casa de Natália para preparar o ataque aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, a primeira ação armada da Revolução, que aconteceu em 26 de julho daquele ano.

Natália participou ativamente dos preparativos dos fracassados ataques que levaram dois anos depois à prisão de Fidel e um grupo de seus companheiros. Nessa época o romance já tinha surgido e, em 19 de março de 1956, ela, totalmente incorporada ao movimento clandestino, teve Alina, fruto de sua relação com Fidel.

A menina não ganhou o sobrenome do pai biológico, mas o do médico, que a reconheceu para evitar escândalos.

Natália, que morreu 2015, continuou colaborando com a oposição ao regime do ditador Fulgêncio Batista até o triunfo da Revolução e a partir de então trabalhou em diversas instituições públicas.

Dos anos da luta guerrilheira em Sierra Maestra, Célia Sánchez (1920-1980) é a mulher mais associada à vida de Fidel. Embora a intimidade da relação esteja cercada de especulações, o fato é que Célia foi grande colaboradora do líder cubano e sua amiga e confidente até morrer em Havana.

Considerada uma heroína em Cuba e uma das principais mulheres da Revolução, Célia Sánchez cumpriu importantes missões na clandestinidade e na guerrilha, e depois de 1959 foi secretária do Conselho de Estado, deputada do parlamento e membro do Comitê Central do Partido Comunista.

Porém, a mulher que mais viveu com Fidel foi sua viúva, Dália Soto del Valle, a professora que fisgou o coração do comandante em 1961 - apesar do casamento só ter se efetivado 19 anos depois - e com quem teve cinco filhos: Alexis, Alexander, Alejandro, Antônio e Ángel.

Dália  - AFP - AFP
Fidel Castro e a sua mulher Dalia Soto
Imagem: AFP
Dália sempre foi uma desconhecida para os cubanos e se manteve completamente afastada do foco público até que começou a fazer discretas aparições em atos culturais e políticos no início dos anos 2000, mas nunca ao lado de Fidel.

Sua presença se tornou mais visível depois de 2006, quando uma doença intestinal afastou Fidel do poder.