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Erdogan: atentado em Ancara é provocação contra normalização com Rússia

Presidente Russo, Vladimir Putin, conversa com membros da alta patente do governo após assassinato de chanceler do país - Sputnik/Kremlin/Alexei Druzhinin
Presidente Russo, Vladimir Putin, conversa com membros da alta patente do governo após assassinato de chanceler do país Imagem: Sputnik/Kremlin/Alexei Druzhinin

19/12/2016 18h56

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, garantiu que o assassinato do embaixador russo na Turquia, Andrey Karlov, nesta segunda-feira (19) em Ancara, é uma provocação que tem como objetivo destruir a normalização das relações entre ambos os países.

"Tanto a administração russa quanto a turca são conscientes disso e não vão permitir", afirmou Erdogan na primeira coletiva de imprensa depois do assassinato de Karlov, atingido por um policial turco de 22 anos durante a inauguração de uma exposição de fotos.

O presidente turco acrescentou que a Rússia e a Turquia criarão uma comissão conjunta de investigação para esclarecer o ataque e informou que mandou aumentar as medidas de segurança nas representações russas no país,

Mais cedo, Erdogan ligou para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para informá-lo sobre o ataque ocorrido hoje. Putin exigiu a formação de uma comissão de investigação, o reforço de segurança das instalações do país na Turquia e que o corpo de Karlov seja levado a Moscou por um avião russo, pedidos aceitos pelo líder turco.

"Estamos investigando todas as hipóteses desse incidente. As relações com a Rússia são muito importantes para nós, para a região. Aviso aos que querem arruiná-las que seus esforços não terão resultados", disse o presidente da Turquia.

"Acertei mais uma vez com Putin que seguiremos com a mesma determinação de cooperação", completou Erdogan.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, afirmou hoje, depois de chegar em Moscou, que esse tipo de ataque não irá "estragar" as relações entre os dois países.

"Todos viram como cooperamos em favor de Aleppo", disse o ministro em entrevista em Moscou, onde participa amanhã de um encontro com os chanceleres da Rússia e do Irã para analisar o cessar-fogo em Aleppo.

"Andrey Karlov foi um bom diplomata. Ele trabalhou duro nos dias tão difíceis depois da derrubada do avião russo", lembrou Çavusoglu, citando o incidente de 24 de novembro do ano passado, responsável por congelar a relação entre os dois países durante meses.

"Ele era uma boa pessoa, um amigo pessoal. Vamos esclarecer juntos o que há por trás desse ataque. Vim a Moscou para discutir o futuro da Síria. Vamos seguir cooperando", concluiu o ministro.