Topo

Tribunal sul-coreano realiza primeira sessão por destituição de Park

22/12/2016 09h12

Seul, 22 dez (EFE).- O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul realizou nesta quinta-feira a primeira sessão de deliberações em torno da destituição da presidente do país, Park Geun-hye, aprovada pelo parlamento em 9 de dezembro.

A sessão consistiu na análise de documentos facilitados pela Procuradoria sobre o caso da "Rasputina" sul-coreana, apelido usado para se referir a Choi Soon-sil, informou a imprensa local.

A mulher, de 60 anos e amiga íntima de Park, é acusada de intervir em assuntos de Estado apesar de não ostentar cargo público e extorquir empresas para obter dinheiro apropriado parcialmente.

A corte também exigiu hoje a documentação sobre as atividades da presidente durante as horas posteriores ao afundamento do ferry boat Sewol em 16 de abril de 2014, uma tragédia na qual perderam a vida mais de 300 pessoas, a maioria estudantes do ensino médio.

Muitos criticaram o fato de Park não aparecer em público durante as primeiras sete horas após o acidente, e entre os rumores que surgidos nos veículos de imprensa, há o de que esteve reunida com o ex-marido de Choi, que foi seu assistente quando era parlamentar, ou o que estava se submetendo a um tratamento estético.

O Tribunal deve analisar este caso porque a moção parlamentar para destituí-la inclui, além de uma acusação por corrupção, uma por omissão do dever nesta tragédia.

A decisão parlamentar de 9 de dezembro tirou provisoriamente Park de seus poderes como chefe de Estado e deixa em mãos do Tribunal Constitucional a decisão de fazer efetiva sua destituição.

Para que isto ocorra, seis dos nove juízes do Tribunal, que realizará sua próxima sessão em 27 de dezembro, devem votar a favor da moção adotada pelo plenário.

Por outro lado, a Chancelaria sul-coreana anunciou hoje que a Procuradoria obteve uma ordem para deter a filha de Choi, Chung Yoo-ra, a quem o próprio Ministério pediu que entregue seu passaporte sob ameaça de anulá-lo.

A Procuradoria considera que Chung, de 20 anos, recebeu um tratamento preferencial no bacharelado, cujo título foi retirado por considerar que suas qualificações e registros de assistência foram falsificados.

A jovem está na Alemanha, onde morava com sua mãe, que retornou à Coreia do Sul em 30 de outubro, pouco antes de ser detida.