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Deputado é detido com arma e explosivos, afirma governo venezuelano

Deputado venezuelano Gilber Caro - Reprodução/YouTube
Deputado venezuelano Gilber Caro Imagem: Reprodução/YouTube

Em Caracas

11/01/2017 22h54

O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, informou que o deputado opositor Gilber Caro foi "capturado em flagrante" no Estado de Carabobo, nesta quarta-feira (11), com uma arma e explosivos, "material de guerra de uso exclusivo das forças armadas".

"No momento de sua detenção, foi achado um FAL, com inscrições da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), além de um carregador com 20 cartuchos (...) Foram apreendidas também três barras de alto explosivo, conhecido como C4", afirmou El Aissami em declarações que foram televisadas pela emissora estatal VTV.

Segundo o vice-presidente, Caro - militante do partido Vontade Popular (VP) - "vinha semeando ao longo do país grupos violentos para a desestabilização" e inclusive cruzou a fronteira rumo à Colômbia para uma suposta reunião com o general reformado da Venezuela Antonio Rivero, opositor ao governo de Nicolás Maduro.

"(Caro) está sendo custodiado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) para cumprir sua apresentação perante as instâncias judiciais, e para que, além disso, seja castigado com todo o peso da lei", disse, acrescentando que, junto ao deputado, foi detida uma venezuelana que vive na Suíça de quem não deu maiores detalhes.

El Aissami acusou o deputado de militar em uma organização "violenta", "terrorista" e "à margem da Constituição", em alusão ao VP, fundado e liderado pelo opositor preso Leopoldo López, que, segundo sua opinião, "se dedicou a cultivar violência e atos terroristas nas ruas da Venezuela".

O vice-presidente venezuelano disse também que o legislador tinha estado na prisão durante pelo menos 10 anos por tráfico de drogas e "crimes de homicídio", e que mantinha "estreitas relações de amizade" com o também deputado do VP Juan Guaidó e outras pessoas ainda não identificadas com quem se reuniu nos últimos dias.

"Nos elementos apreendidos com este senhor, há nomes de dirigentes de partidos de oposição como alvos a serem assassinados para depois acusar o governo", denunciou o vice-presidente.

Por sua parte, a Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, exigiu a imediata libertação de Caro e criticou o que considerou como uma perseguição do governo de Maduro.

"Inaceitável a detenção do deputado Gilber Caro pelo Sebin. O artigo 200 da Constituição é claro: A Imunidade deve ser respeitada!", escreveu o presidente do Legislativo, o opositor Julio Borges, em sua conta no Twitter.