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Malásia investiga origem de arma química usada para matar Kim Jong-nam

Chefe da polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, durante entrevista sobre o caso - AP Photo
Chefe da polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, durante entrevista sobre o caso Imagem: AP Photo

Em Bancoc

24/02/2017 05h59

A polícia da Malásia afirmou nesta sexta-feira (24) que está investigando como foi introduzido no país o Agente Nervoso VX, a arma química supostamente utilizada no assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un.

"Ainda não sabemos [como foi introduzido o VX]. Estamos tentando averiguar. Mas se foi uma quantidade muito pequena, teria sido muito difícil de detectar", disse o chefe da polícia, Khalid Abu Bakar, aos jornalistas no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, segundo o jornal "The Star".

Questionado se o uso da arma química aponta para o regime da Coreia do Norte como responsável, Khalid ressaltou que, por enquanto, só podem certificar que foi a causa da morte de Kim Jong-nam.

"Eu só posso dizer que a causa de sua morte foi esse produto químico", afirmou, de acordo com o canal "Channel News Ásia".

Khalid disse que os agentes estão analisando os lugares onde estiveram as suspeitas que supostamente manipularam o VX e depois esfregaram no rosto de Kim Jong-nam no aeroporto de Kuala Lumpur, no último dia 13.

O chefe da polícia disse que não há perigo para os utilizadores do Terminal 2, onde ocorreu o incidente.

Vestígios do Agente Nervoso VX, considerado uma arma química pela ONU, foram encontrados no olho e no rosto de Kim Jong-nam, segundo um comunicado divulgado hoje pela polícia, que citou um relatório preliminar do Departamento de Química da Malásia.

Esta arma química, utilizada na guerra entre Iraque e Irã na década de 1980, é um líquido oleoso e incolor que não tem cheiro nem sabor. É considerada um dos agentes nervosos mais tóxicos sintetizados.

O comunicado, assinado pelo chefe da Polícia Nacional, Khalid Abu Bakar, identifica a vítima apenas como um "cidadão norte-coreano", à espera que um parente reivindique o corpo através de um exame de DNA.

No entanto, o governo da Coreia do Sul tem insistido que Kim Jong-nam foi assassinado pelo regime de Pyongyang, que chegou a classificar como um "ato terrorista".

A polícia da Malásia prendeu um químico norte-coreano e as duas mulheres que abordaram a vítima, uma vietnamita e uma indonésia, enquanto emitiu mandados de prisão contra outros quatro norte-coreanos que também estariam envolvidos no crime.

Acredita-se que os suspeitos - Hong Song Hac, Ri Ji Hyon, O Jong Gil e Ri Jae Nam - fugiram da Malásia no mesmo dia da morte de Kim Jong-nam e se encontram em Pyongyang.

As autoridades também pediram permissão para a embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur para interrogar outros dois suspeitos: Hyon Kwang Song, segundo secretário da embaixada norte-coreana, e Kim Uk Il, empregado da companhia aérea estatal Air Koryo.