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Secretário da Justiça recomenda a Trump manter Guantánamo

Brennan Linsley/AP
Imagem: Brennan Linsley/AP

Em Washington

09/03/2017 15h55

O secretário da Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, sugeriu nesta quinta-feira (9)que recomendaria ao presidente Donald Trump que mantenha a utilização da prisão da base de Guantánamo, em Cuba, porque "há muito espaço" ali para deter "criminosos perigosos" de nações estrangeiras.

"É um lugar muito bom para trancar este tipo de criminosos perigosos", disse Sessions em uma entrevista ao conservador locutor de rádio Hugh Hewitt.

Ao ser perguntado se recomendaria a Trump enviar novos prisioneiros à Guantánamo, Sessions disse que "há muito espaço" e argumentou que "não haveria nenhum problema legal" na entrada de novos detentos na base, que o ex-presidente Barack Obama tentou fechar, mas não obteve sucesso.

Há apenas dois dias, e sem citar a fonte de sua informação, Trump afirmou no Twitter que 122 ex-presos "violentos" de Guantánamo libertados pelo governo de Obama "voltaram ao campo de batalha".

O presidente não citou a origem desses dados, mas, em setembro do ano passado, o Escritório do Diretor Nacional de Inteligência (ODNI, sigla em inglês) publicou um relatório que assegurava que 122 ex-internos da prisão situada na Base Naval de Guantánamo tinham sido reintegrados a grupos armados.

De acordo com esse relatório, 113 desses 122 foram libertados não por ordem de Obama, mas durante o governo do ex-presidente republicano George W. Bush.

Sob o mandato de Obama, um total de 196 detidos de Guantánamo foram transferidos para outros países, e atualmente restam 41 detentos na prisão.

Trump se mostrou contrário às libertações de presos de Guantánamo, onde os detidos que lá estão, segundo ele, são "extremamente perigosos" e "não deve-se permitir quem voltem ao campo de batalha".

Além disso, Trump prometeu manter e ampliar a prisão, e enchê-la com "gente má".

A prisão de Guantánamo chegou a abrigar cerca de 800 presos pouco após sua abertura, ordenada pelo então presidente americano, George W. Bush, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.