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Nova fase da "guerra antidrogas" deixa 28 mortos em 10 dias nas Filipinas

Policial conduz suspeitos durante operação de combate às drogas em Manila, nas Filipinas - Ted Aljibe/ AFP
Policial conduz suspeitos durante operação de combate às drogas em Manila, nas Filipinas Imagem: Ted Aljibe/ AFP

Em Manila

17/03/2017 09h24

Vinte e oito supostos consumidores de drogas e narcotraficantes morreram em enfrentamentos com a polícia nas Filipinas desde que o governo do presidente Rodrigo Duterte retomou há dez dias a campanha antidrogas com a promessa que seria "menos sangrenta".

As vítimas foram mortas pelos agentes após supostamente resistirem à detenção em 979 operações policiais em todo o país desde o começo da operação Double Barrel Reloaded ("Duplo Canhão Recarregado") --nome da nova fase da campanha-- até esta madrugada, disse nesta sexta-feira (17) a Polícia Nacional em um relatório.

Nos últimos dez dias, os policiais visitaram 55.087 domicílios e detiveram 1.577 suspeitos, segundo os dados oficiais.

O documento especifica que 4.448 usuários de drogas e 231 traficantes se entregaram voluntariamente às autoridades desde que Ronald Rosa, diretor da Polícia Nacional e homem de confiança de Duterte, declarou o início da segunda fase da campanha no último dia 6.

A nova etapa, iniciada após uma suspensão temporária de um mês, procura ser "menos sangrenta", segundo Rosa, que convidou a Igreja Católica a participar da supervisão das operações antidrogas.

A Anistia Internacional (AI) criticou hoje as 28 mortes e afirmou que "não se materializaram as reformas da polícia prometidas pelo presidente durante a suspensão por um mês das operações contra drogas no país".

Duterte suspendeu temporariamente a campanha antidroga no final de janeiro para "limpar" a polícia de corrupção após uma primeira fase na qual houve mais de 7 mil mortos em sete meses, deles mais de 2,5 mil pelas mãos de agentes.

A "guerra contra as drogas", que em sua primeira fase concedeu impunidade aos assassinatos de supostos traficantes e viciados, recebeu duras críticas de países e organizações internacionais por supostamente violar os direitos humanos da população.