Topo

Trump terá de indenizar estudantes de sua universidade em US$ 25 milhões

23.mai.2005 - Em foto de arquivo, Donald Trump (esq) anuncia criação da Universidade Trump, em Nova York - Bebeto Matthews/AP
23.mai.2005 - Em foto de arquivo, Donald Trump (esq) anuncia criação da Universidade Trump, em Nova York Imagem: Bebeto Matthews/AP

Em Washington

31/03/2017 16h06

Um juiz dos Estados Unidos deu nesta sexta-feira (31) a aprovação final para um acordo para que o presidente Donald Trump pague uma indenização de US$ 25 milhões a um grupo de pessoas que processou sua universidade por fraude, uma decisão que põe fim ao litígio.

O juiz encarregado de dar o sinal verde ao acordo em um tribunal de San Diego, na Califórnia, foi o magistrado Gonzalo Curiel, que foi alvo de ataques de Trump durante a campanha presidencial de 2016 por ter origem mexicana.

A decisão de Curiel põe fim a sete anos de litígio, evita que a organização empresarial de Trump tenha que ir a julgamento e serve para resolver duas demandas coletivas interpostas pela via civil pelo procurador-geral do estado de Nova York, o democrata Eric Schneiderman, crítico feroz do presidente.

Em uma audiência realizada ontem em um tribunal de San Diego, os advogados dos litigantes disseram que seus clientes, cerca de 3.730 estudantes, poderão receber até US$ 0,90 por cada dólar perdido nos cursos da universidade.

O acordo entre as partes foi conseguido em novembro do ano passado, pouco depois das eleições presidenciais, mas era necessário que o juiz assinasse o pacto, como fez hoje.

Durante a campanha presidencial, Trump prometeu que jamais chegaria a um acordo para resolver os processos contra sua universidade, mas, depois das eleições, anunciou no Twitter que tinha chegado a um pacto porque, como presidente, não teria tempo para lidar com um julgamento.

"Alcancei um acordo no processo contra a Universidade Trump por uma pequena quantidade porque, como presidente, tenho que me concentrar em nosso país", disse Trump em 19 de novembro.

Os documentos judiciais do caso retratam a Universidade Trump, que abriu em 2005, como um negócio sem escrúpulos que pressionava seus estudantes para que adquirissem cursos sobre negócios imobiliários e finanças com matrículas de quase US$ 35 mil.

O centro teve que mudar em 2010 seu nome para "Trump Entrepreneur Initiative", pois não contava com uma licença para funcionar como universidade.

Até 80 mil pessoas compareceram aos cursos gratuitos de iniciação da Universidade Trump nos quais os professores pressionavam os estudantes a se matricularem por US$ 9.995 dólares no curso "bronze", por US$ 19.495 no curso "prata"; e por US$ 34.995 no curso "ouro", segundo os autos do processo.

Durante a última campanha eleitoral, o caso foi utilizado em várias ocasiões pela candidata democrata Hillary Clinton para atacar Trump e defender que o milionário não merecia ter a confiança dos americanos porque já tinha enganado milhares de pessoas.