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Ex-presidente sul-coreana declara inocência em acusações de corrupção

A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, em foto de arquivo - Yonhap/AFP Photo
A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, em foto de arquivo Imagem: Yonhap/AFP Photo

Em Seul

02/05/2017 02h52

A equipe jurídica da ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, negou nesta terça-feira (2) todas as acusações sobre ela durante a sessão preliminar do julgamento por sua suposta participação na trama de corrupção da "Rasputina".

Como era esperado, Park, 65, não assistiu esta primeira sessão, pois ela não era obrigada a comparecer.

O advogado Yoo Yeong-ha voltou a defender novamente a inocência da ex-governante e pediu para analisar o resumo da investigação que realizou a acusação sobre o caso, que possui mais de 120 mil páginas.

Yoo argumentou que poderiam existir uma série de inconsistências e disse que a acusação assumiu durante a investigação que Park continuou exercendo seu cargo como presidente até março, embora o Parlamento a tinha destituído em dezembro (a decisão Constitucional entraria em vigor no dia 10 de março).

Esta primeira sessão realizada hoje tinha como objetivo revisar as acusações contra a ex-presidente e começar a combinar as datas para os depoimentos das diferentes testemunhas.

Neste sentido, espera-se que o Tribunal do Distrito Central de Seul, que julga o caso, realize duas ou três sessões preparatórias antes de uma primeira audiência formal, prevista para junho.

Park, que está cumprindo prisão preventiva desde o dia 31 de março, enfrenta 18 acusações, incluindo a revelação de segredos de Estado, coação, abuso de poder e suborno, um crime cuja pena mínima, na Coreia do Sul, é de dez anos de regime fechado e que pode acarretar em prisão perpétua.

A promotoria considera que ficou comprovado que Park criou uma rede com sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina", por sua influência sobre a ex-presidente, a qual, entre outras coisas, solicitou e obteve propinas de pelo menos três grandes grupos empresariais no valor de aproximadamente US$ 50 milhões.

O caso abalou os alicerces políticos e econômicos da Coreia do Sul, já que entre os detidos envolvidos estão presidentes de grandes empresas, entre elas a Samsung, cujo líder, Lee Jae-yong, cumpre prisão preventiva desde fevereiro.