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Trump sugere fim das conversas diárias do porta-voz com a imprensa

Nicholas Kamm/AFP
Imagem: Nicholas Kamm/AFP

Em Washington

12/05/2017 10h43

O presidente dos EUA, Donald Trump, propôs nesta sexta-feira(12) acabar com os briefings de imprensa e distribuir respostas por escrito "em prol da precisão", depois das contradições sobre a demissão do diretor do FBI.

Trump atacou a imprensa novamente em sua conta no Twitter, fazendo uma crítica à confusão que ele mesmo gerou sobre as razões da surpreendente demissão do diretor do FBI, James Comey.


"Talvez o melhor seria cancelar todas os futuros 'briefings de imprensa' e distribuir respostas escritas, em prol da precisão?", questionou Trump nesta manhã.

Os briefings para a imprensa são coletivas diárias onde os porta-vozes da Casa Branca relatam o que está na agenda do presidente e assuntos relacionados ao dia.

O governante assegurou que é um "presidente muito ativo com muitas coisas acontecendo", dizendo que não é possível para seus porta-vozes "se colocar no pódio (dos briefings de imprensa) e falar com total rigorosidade".

Trump aumentou ainda mais a confusão sobre as razões e procedimento que envolvem a demissão de Comey ao assegurar em uma entrevista à "NBC" que o demitiria de qualquer maneira, apesar de logo depois da demissão na terça-feira e nos dias posteriores seus porta-vozes afirmarem que tudo ocorreu depois das recomendações do procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein.

A Casa Branca insistiu que a demissão ocorreu após recomendações de Rosenstein em relação à maneira como Comey gerenciou a investigação sobre o uso dos e-mails de Hillary Clinton, rival democrata nas eleições presidenciais de Trump, quando era secretária de Estado.

Segundo funcionários governamentais, Rosenstein ameaçou deixar o cargo depois que a Casa Branca disse que ele foi quem impulsionou a demissão de Comey, e pediu à Casa Branca que se corrija, enquanto Trump rejeitou a versão oficial da má gestão do caso Hillary e reiterou que a investigação sobre o envolvimento da Rússia, que Comey liderava, deveria ter sido deixada de lado.

O caos comunicativo ainda conta também com a mensagem oficial da Casa Branca de que Comey não contava com o apoio de seus comandados, algo que foi negado pelo diretor do FBI, Andrew McCabe.

Neta manhã, Trump voltou a dizer que as histórias sobre a possível coordenação de sua campanha com representantes do Governo russo são uma invenção e "uma fabricação dos democratas para arrumar uma desculpa pela derrota nas eleições".

McCabe disse na quinta-feira que a investigação sobre a influência da Rússia na campanha é um assunto sério que não será deixado de lado.