Topo

Número de refugiados admitidos nos EUA caiu no governo Trump, diz relatório

Donald Trump discursa nos jardins da Casa Branca - Nicholas Kamm - 22,jun.2017/AFP Photo
Donald Trump discursa nos jardins da Casa Branca Imagem: Nicholas Kamm - 22,jun.2017/AFP Photo

De Washington

24/06/2017 20h12

A quantidade de refugiados admitidos nos Estados Unidos reduziu quase a metade durante os três primeiros meses de governo do presidente Donald Trump, se comparado aos dados dos últimos três meses do ano fiscal de 2016, quando Barack Obama ainda estava no poder, conforme informações do Departamento de Segurança Nacional divulgadas neste sábado (24) pela imprensa local.

De acordo com o órgão, mais de 25 mil refugiados conseguiram entrar no país durante os últimos três meses do ano fiscal de 2016, ou seja, de 30 de junho a 30 de setembro, ainda na gestão de Obama e antes das eleições. Esses números contrastam com os 13 mil que entraram nos Estados Unidos nos três primeiros meses do governo Trump, que foi empossado em 20 de janeiro.

O relatório mostra que Obama acelerou o processo de acolhimento, já que durante os últimos três meses do ano fiscal de 2016 houve um aumento de 86% no número de auxílios concedidos com relação ao mesmo período do ano fiscal de 2015 (de 1 de outubro de 2014 a 30 de setembro de 2015). Por outro lado, durante o governo de Trump, houve uma queda de 12% se comparado ao período anterior.

O texto revela que, aproximadamente, dois terços dos refugiados admitidos nos últimos três meses são de cinco países: Síria, Somália, Iraque, República Democrática do Congo e Mianmar. Dois deles - Síria e Somália - estão na lista de nações que fazem parte do veto migratório emitido por Trump em 6 de março. O Iraque também estava no primeiro veto, anunciado 27 de janeiro, mas que teve que ser substituído por conta das contínuas reviravoltas judiciais.

A segunda ordem de Trump, que ainda não entrou em vigor, pretende anular durante 120 dias o programa de acolhimento e proibir durante 90 dias a entrada em solo americano de cidadãos de seis países de maioria muçulmana (Irã, Somália, Sudão, Síria, Iêmen e Líbia). Esse segundo decreto, diferentemente do anterior, deixava fora os iraquianos e modifica a provisão sobre os refugiados sírios ao proibir sua entrada durante 120 dias e não de maneira indefinida.

Atualmente, o Tribunal Supremo dos Estados Unidos está estudando se admite para trâmite o caso do veto migratório e possivelmente emitirá uma decisão na próxima semana. Os advogados que representam Trump apresentaram na quarta-feira no Tribunal Supremo o último documento, em que insistiam que o veto pretende frear a ameaça do terrorismo jihadista e foi proclamada dentro da capacidade que a Constituição dá ao presidente para decidir sobre assuntos de segurança nacional.