Topo

Opositores López e Ledezma voltam a ser detidos na Venezuela

Os políticos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma - Evaristo Sá/AFP Photo
Os políticos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma Imagem: Evaristo Sá/AFP Photo

Em Caracas

01/08/2017 03h21

O Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) da Venezuela voltou a deter na madrugada desta terça-feira (1º) os políticos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, que estavam em regime de prisão domiciliar, informaram fontes próximas dos dois dirigentes.

"Acabam de levar Leopoldo de casa. Não sabemos onde ele está, nem para onde o levaram. (Nicolás) Maduro é responsável se algo lhe acontecer", escreveu Lilian Tintori, mulher de López, no Twitter. Ela também postou um vídeo, aparentemente de uma câmera de segurança, do momento em que López é levado.

O deputado Richard Blanco, coordenador do partido Alianza Bravo Pueblo (ABP), também postou um vídeo na rede social do momento em que supostos funcionários do Sebin levam Ledezma à força de sua casa, onde cumpria prisão em regime domiciliar desde 2015.

Dirigentes do Vontade Popular (VP), o partido de López, bem como do ABP, a legenda de Ledezma, reiteraram essas informações, responsabilizaram o presidente Nicolás Maduro pela integridade física de ambos e asseguraram desconhecer o local para onde eles foram levados.

Uma fonte próxima a López confirmou à Agência Efe que também foram agentes do Sebin os que levaram o opositor de sua residência, onde ele cumpria prisão domiciliar desde 8 de julho.

Ledezma foi detido em fevereiro de 2015 acusado de conspiração e formação de quadrilha e, após dois meses na prisão militar de Ramo Verde, recebeu uma "medida cautelar" e, por motivos de saúde, passou a cumprir a pena em sua residência. Quase dois anos e meio após sua detenção, Ledezma ainda não foi condenado.

López, por sua vez, passou mais de três anos na mesma prisão e seus advogados denunciaram que ele foi torturado em várias ocasiões.

Brasil condena prisões

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores condenou a ação do governo venezuelano, pedindo a libertação dos presos. O governo brasileiro já havia demonstrado repúdio à votação da nova Constituinte e a ações da gestão Maduro.

Veja a nota do Itamaraty na íntegra:

O governo brasileiro repudia a recondução ao regime fechado de Leopoldo López e Antonio Ledezma, ocorrida um dia após a votação para a escolha de uma assembleia constituinte em franca violação da ordem constitucional venezuelana. O Brasil solidariza-se com o sofrimento dos familiares de Antonio Ledezma e Leopoldo López, em particular suas mulheres, Mitzi Capriles e Lilian Tintori.

A prisão de dois dos mais importantes opositores ao governo do presidente Nicolás Maduro é mais uma demonstração da falta de respeito às liberdades individuais e ao devido processo legal, pilares essenciais do regime democrático. O Brasil insta o governo venezuelano a libertar imediatamente López e Ledezma.