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EUA esperam "transição ordenada" no Líbano após renúncia de Hariri

O primeiro ministro do Líbano, Saad Hariri, renunciou ao cargo - Mohamed Azakir/Reuters
O primeiro ministro do Líbano, Saad Hariri, renunciou ao cargo Imagem: Mohamed Azakir/Reuters

Em Washington

05/11/2017 16h07Atualizada em 05/11/2017 16h31

Os Estados Unidos afirmaram neste domingo (5) que confiam na possibilidade de haver um "processo político ordenado" no Líbano para substituir o primeiro-ministro Saad Hariri, que surpreendeu no sábado (4) ao renunciar ao cargo  e que a Casa Branca considerava como um "aliado importante".

"Vimos a notícia da renúncia do primeiro-ministro Hariri e nossa equipe em Beirute está acompanhando isso de perto", disse hoje à Agência Efe uma funcionária do Departamento de Estado dos EUA, que pediu anonimato.

"O primeiro-ministro Hariri foi um aliado importante na construção de instituições fortes do Estado nacional (no Líbano) e na luta contra o terrorismo. Os EUA esperam um processo político ordenado no Líbano e seguirá apoiando as instituições legítimas do Estado libanês", completou a fonte consultada pela Efe.

Hariri, que ocupava o cargo desde setembro, anunciou a renúncia na Arábia Saudita por temer um atentado contra sua vida.

No discurso de renúncia, Hariri criticou a influência do Irã no país e também as ações do Hezbollah, acusado por ele de utilizar as armas para impor sua política no Líbano e na Síria, onde o grupo xiita apoia militarmente o regime de Bashar al Assad.

A renúncia coloca em dúvida a continuidade da coalizão de governo, formada por partidos de todo o espectro político, desde legendas anti-Síria, como o Movimento 14 de Março, liderado por Hariri, até o próprio Hezbollah.

O Irã afirmou que a saída de Hariri faz parte de um plano para criar tensões no Líbano e na região. Já o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou a Arábia Saudita de impor a renúncia do agora ex-primeiro-ministro libanês.