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Totò Riina, ex-chefe da Cosa Nostra, morre aos 87 anos na Itália

17/11/2017 06h22

Roma, 17 nov (EFE).- Totò Riina, o ex-chefe da Cosa Nostra, a máfia siciliana, morreu na madrugada desta sexta-feira, na área para detentos de um hospital de Parma, norte da Itália, aos 87 anos, de acordo com informações da mídia italiana.

Salvatore Riina, que faleceu às 3h37 (horário local, 0h37 de Brasília), tinha passado os últimos cinco dias em coma, após ter passado por duas cirurgias, segundo o jornal "La Repubblica".

O primeiro "capo dos capos" da máfia foi condenado a 13 sentenças de prisão perpétua pelos múltiplos assassinatos que ordenou, entre eles o dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992.

No mês de julho, o Tribunal de Vigilância Penitenciária de Bolonha negou sua libertação, depois que o Supremo Tribunal pediu que sua situação fosse estudada, devido ao seu estado de saúde, com graves problemas cardíacos e renais, além de Parkinson, segundo seus advogados.

O ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, autorizou ontem à noite a visita ao hospital de três dos seus filhos, outro está preso por crimes de máfia, e da sua mulher Ninetta Bagarella.

Riina, também conhecido como "A Besta", estava preso desde 1993 como consequência dos mais de 100 assassinatos cometidos por ele mesmo ou aqueles que ordenou.

Durante todos estes anos, os investigadores asseguram que, apesar de estar sob regime carcerário 41-bis, o mais duro e com maior isolamento, Riina seguia tecendo os fios da Cosa Nostra.

O "chefe dos chefes" e capo da família dos "Corleoneses" foi o protagonista do momento mais sangrento da máfia siciliana e nunca se arrependeu de seus crimes.

Todas as vezes que compareceu no tribunal, nunca fez alguma revelação sobre as atividades ilegais da máfia ou sobre os atentados contra os juízes Borsellino e Falcone.

Suas últimas aparições tinham sido através de videoconferência para testemunhar no julgamento que pretende esclarecer se o Estado empreendeu uma negociação com a máfia siciliana (Cosa Nostra) na década de 1990 para encerrar a violência.

Riina morreu sem revelar os detalhes desta suposta negociação e outros segredos que marcaram a história da Itália.

Inclusive nos últimos anos, da prisão de Parma, onde estava recluso antes que sua saúde piorasse e fosse transferido para um hospital da cidade, ele seguia ameaçando magistrados, como o promotor de Palermo, Antonino Di Matteo.