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Após se livrar de cassação, presidente peruano anuncia 'profunda avaliação' de sua gestão

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, em mensagem ao povo peruano - Reprodução/Facebook
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, em mensagem ao povo peruano Imagem: Reprodução/Facebook

Em Lima

23/12/2017 02h14

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou na sexta-feira (23) que fará uma "profunda avaliação" dos primeiros 17 meses de sua gestão para aplicar mudanças em seu governo, após ter se livrado da cassação na última quinta (22), pelo Congresso peruano.

O governante publicou uma mensagem em vídeo em suas contas nas redes sociais, onde enfatizou que, após superara crise política no país, "não só a relação entre os poderes deve mudar", mas "a própria forma de conduzir" seu governo.

"Nestes dias, vou realizar uma profunda avaliação destes primeiros 17 meses de mandato e anunciarei as mudanças para que 2018 não seja apenas um ano de maior crescimento, mas também um ano politicamente diferente, reconhecendo erros e deficiências, e recolhendo lições da experiência até agora acumulada", disse.

O pedido de destituição de Kuczynski, apresentado por um setor da oposição por uma suposta "incapacidade moral permanente", foi rejeitado na quinta-feira no Congresso ao receber apenas 79 votos dos 87 que, pelo menos, estabelecem as leis peruanas.

A rejeição foi favorecida pela abstenção de 21 legisladores, entre os que estiveram dez da maioria opositora Força Popular encabeçado por Kenji Fujimori, o filho mais novo do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso.

Kuczynski enfrentou este pedido de destituição depois da revelação que uma das suas empresas prestou assessoria para a construtora Odebrecht entre os anos de 2004 a 2007.

O mandatário peruano defendeu sua inocência diante de qualquer ato de corrupção e disse que sua empresa na época era administrada pelo seu ex-sócio Gerardo Sepúlveda, quando foi ministro do governo de Alejandro Toledo.

Kuczynski disse nesta sexta que, no debate e votação de quinta, as "convicções democráticas" do seu país "foram submetidas a um teste extremadamente difícil" e reconheceu que "tudo poderia ter acabado de forma diferente" porque ele esteve "muito perto de percorrer um caminho que tivesse sido profundamente prejudicial" para a convivência política e a economia peruana.

"Se isso não acontecesse, é importante destacá-lo, foi devido à determinação de parlamentares que praticamente pertencem a todas as forças políticas, mulheres e homens que souberam colocar o Peru e suas consciências acima das nossas diferenças, agindo no auge de tão exigentes circunstâncias", disse.

Nesse sentido, ele expressou seu "reconhecimento, gratidão e respeito" para os legisladores opositores que se abstiveram de votar pela sua destituição.

Ele também indicou que "escutou com humildade e atenção" a todos aqueles que "com argumentos feitos de boa-fé" decidiram não respaldá-lo e que "tomou devida nota do que eles expressaram".

"Nestes dias tão difíceis, aprendi mais do que em muitos outros momentos da minha vida, aprendi sobre mim e meus erros, erros que não vou repetir", enfatizou.

Além disso, o presidente prometeu que a "confiança" que depositaram nele "não será frustrada" e vai liderar seu país "no caminho do desenvolvimento e crescimento, promovendo uma melhor qualidade de vida para todos, com mais oportunidades, maior segurança e novos empregos".