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Governo do Mali afirma que haverá eleições presidenciais em julho

Kenzo Tribouillard/AFP
Imagem: Kenzo Tribouillard/AFP

Em Bamaco

12/02/2018 12h56

O primeiro turno das eleições presidenciais do Mali previstas para este ano será realizado no dia 29 de julho, segundo afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro do país africano, Soumeylou Boubeye Maigua.

Será o primeiro pleito presidencial no Mali desde 2013, quando o antigo primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita chegou (com mais de 70% dos votos) à chefia de Governo, e o segundo desde o golpe de Estado militar de 2012, que tirou do poder o presidente Amadou Toumani Touré.

Além disso, em 17 de abril está prevista a realização das eleições municipais e regionais que, a princípio, estavam convocadas para dezembro.

"Garanto que as eleições serão realizadas", afirmou Maigua em um comparecimento em Mopti, muito assolada pelo terrorismo jihadista nos últimos anos e exemplo da instabilidade e da insegurança que castigam o país atualmente.

No sábado, nesta zona, cinco comerciantes morreram quando o caminhão no qual viajavam passou por uma mina enterrada na estrada.

Em 2012, aproveitando o golpe de Estado em Bamaco, separatistas tuaregue aliados a grupos jihadistas afins a AlQaeda tomaram o controle do norte do Mali e, apesar de na teoria terem sido expulsos em 2013 pela coalizão militar impulsionada pela França, os atentados e a violência continuaram perante a incapacidade do Governo malinês para eliminar os grupos armados.

"Buscaremos os bandidos e terroristas, seja onde for que se escondam, e os neutralizaremos", disse hoje Maigua, que chegou ao posto de primeiro-ministro há seis semanas, quando o presidente Keita realizou sua quinta remodelação do Governo desde que foi investido em 2013.

Maigua, que anteriormente era ministro de Defesa, anunciou que o Mali desdobrará nas próximas semanas um "grande" contingente militar na região de Mopti "para que não haja nem um metro quadrado de território fora do nosso controle".

"Criaremos espaços de diálogo com todos os grupos e todos os cidadãos que renunciem à violência", acrescentou.

"É o momento de escolher o lado. Para todos aqueles que têm informação sobre os terroristas, é o momento de falar", concluiu o primeiro-ministro.