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EUA condenam violência e uso excessivo de força policial na Nicarágua

22/04/2018 18h52

O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou neste domingo a violência e o uso excessivo da força por parte da polícia da Nicarágua contra os civis que vêm se manifestando ao longo desta semana contra a reforma da previdência social, protestos que já resultaram em 27 mortes, segundo dados de organizações de defesa dos direitos humanos no país centro-americano.

"O governo dos Estados Unidos lamenta os mortos e feridos na Nicarágua durante os protestos de seus cidadãos", afirmou em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert.

"Condenamos a violência e o uso excessivo da força por parte da polícia e de outras pessoas contra os civis que exercem seu direito constitucional à liberdade de expressão e reunião", acrescentou Nauert.

O Departamento de Estado pediu que o país centro-americano realize um "diálogo amplo" que inclua todos os setores da sociedade para resolver o conflito atual, restaurar o respeito pelos direitos humanos e conseguir um futuro "melhor e mais democrático" para todos os nicaraguenses.

Os EUA também pediram ao governo de Daniel Ortega que permita que os jornalistas "possam trabalhar livremente e restabelecer toda a cobertura televisiva" e que os dirigentes nicaraguenses realizem uma investigação independente e levem os responsáveis pelas mortes à Justiça.

O jornalista nicaraguense Ángel Ganoa morreu neste sábado ao ser atingido por um disparo na cidade de Bluefields, capital da Região Autônoma da Costa Caribe Sul (RACCS), enquanto transmitia ao vivo os protestos contra o governo de Ortega, confirmou o noticiário "El Meridiano", para o qual a vítima trabalhava.

Por outro lado, a polícia nicaraguense informou que um de seus agentes se encontra entre a vida e a morte em um hospital depois que foi atingido por um disparo na cabeça em Manágua.

Os distúrbios no país centro-americano deixaram pelo menos 27 mortos até agora e dezenas de feridos, segundo dados de organizações de direitos humanos.

Os últimos dados do governo, que correspondem à sexta-feira, estimam em ao menos dez o número de mortos. No entanto, os protestos têm se agravado desde então e continuam os enfrentamentos e atos de vandalismo, incluídos os saques a estabelecimentos comerciais.