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Israel decide parar "agressão iraniana" mesmo se "envolver confronto"

Amir Cohen/AP
Imagem: Amir Cohen/AP

Em Jerusalém

06/05/2018 09h27

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que seu governo não busca um agravamento do conflito com o Irã, mas que está decidido a parar a "agressão hostil iraniana" contra o território israelense, "mesmo se envolver um confronto".

"Melhor agora que tarde. As nações que não se mostraram preparadas para agir a tempo contra a agressão assassina pagaram preços muito mais altos depois. Não queremos uma escalada, mas estamos preparados para qualquer situação", advertiu o governante no começo da reunião semanal com o seu gabinete, segundo comunicado.

Netanyahu alegou que nos últimos meses "a Guarda Revolucionária Iraniana transferiu armamento avançado à Síria, tanto no campo de batalha como na frente interna, incluindo drones armados, mísseis terra-terra e baterias antiaéreas iranianas que ameaçariam aos aviões das Forças Aéreas de Israel".

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O chefe do Executivo israelense adiantou que na próxima quarta-feira se reunirá em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, "em um encontro especialmente importante à luz dos crescentes esforços iranianos de estabelecer bases militares contra Israel na Síria".

Israel, que há anos tem uma coordenação de segurança com a Rússia sobre as suas atividades na Síria, "mantém total liberdade de ação para se defender", afirmou Netanyahu.

O líder israelense sustenta que o Irã é a principal ameaça para o seu país e se opõe ao pacto nuclear assinado em 2015 entre a república islâmica e o G5+1 (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia mais Alemanha), que alivia as sanções contra Teerã em troca do compromisso de abandonar o desenvolvimento de armas nucleares.

Há uma semana, Netanyahu revelou documentos que supostamente provam a existência de um programa nuclear iraniano secreto e que foram verificados pelos EUA, país que compartilha a postura contra o acordo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressiona os parceiros europeus para que o pacto seja reformado antes do dia 12 de maio, data na qual decidirá publicamente se o abandonará ou não.