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Enviado da ONU responsabiliza Israel e Hamas por "tragédia" na Faixa de Gaza

Palestinos correm de bombas de gás lacrimogênio durante confronto com forças israelenses na Faixa de Gaza - Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
Palestinos correm de bombas de gás lacrimogênio durante confronto com forças israelenses na Faixa de Gaza Imagem: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Nações Unidas

15/05/2018 14h53

O enviado da ONU para o Oriente Médio, o búlgaro Nickolay  Mladenov, afirmou nesta terça-feira (15) que "não há justificativa" para a "tragédia" de ontem na Faixa de Gaza e citou Israel e o movimento islamita Hamas como responsáveis pelo ocorrido.

Mladenov, que interveio em uma reunião de urgência do Conselho de Segurança sobre a violência de ontem, lembrou que Israel deve "ter contenção no uso da força" e só usar meios letais como último recurso.

"(Israel) deve proteger suas fronteiras de infiltrações e terrorismo, mas deve fazê-lo de forma proporcionada e investigar, de forma independente e transparente, cada incidente que levou à perda de vidas", disse o diplomata.

"O Hamas, que controla Gaza, não deve usar os protestos como fachada para tentar colocar bombas na cerca e criar provocações, seus agentes não devem se esconder entre os manifestantes e colocar em risco as vidas de civis", acrescentou Mladenov.

O diplomata búlgaro lembrou que o dia de ontem, no qual pelo menos 60 pessoas morreram, foi o mais violento em Gaza desde a guerra de 2014.

"O ciclo de violência em Gaza tem que acabar, porque, se isso não acontecer, a situação vai escalar e arrastará toda a região para outro confronto mortífero", alertou o enviado da ONU.

Para Mladenov, a comunidade internacional deve agir para "prevenir a guerra" e resolver a dramática situação da população da Faixa.

O diplomata búlgaro pediu contenção a todas as partes e disse que está em contato com diferentes atores para tentar evitar uma escalada da violência.

Nesse sentido, Mladenov advertiu que não há justificativas para os discursos públicos do Hamas que indicam sua intenção de usar os protestos para entrar em Israel e realizar ataques.

"Volto a ressaltar que é fundamental que os civis, particularmente as crianças, não sejam atacados, utilizados como escudo para atividades militares e colocados em risco de qualquer outra forma", comentou Mladenov.