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Na nona sexta-feira de protestos, 25 palestinos são feridos por fogo israelense em Gaza

25.maio.2018 - Manifestantes palestinos se protegem do gás lacrimogêneo utilizado pelo exército israelense na fronteira de Gaza com Israel  - Khalil Hamra/AP
25.maio.2018 - Manifestantes palestinos se protegem do gás lacrimogêneo utilizado pelo exército israelense na fronteira de Gaza com Israel Imagem: Khalil Hamra/AP

Cidade de Gaza

25/05/2018 14h33

Nesta sexta-feira (25), o exército israelense feriu 25 manifestantes palestinos com munição real e armamento não letal na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, na nona semana da Grande Marcha do Retorno, segundo fontes médicas palestinas.

Desde que começaram as manifestações em 30 de março, 115 pessoas morreram, a maioria delas por disparos do exército israelense, nos incidentes que costumam acontecer na cerca fronteiriça entre Gaza e Israel.

Um palestino de 24 anos, identificado como Sami  Habib, da Cidade de Gaza, morreu hoje após ficar ferido por disparos de arma de fogo nos protestos dos dias anteriores, comunicou o porta-voz do Ministério da Saúde palestino, Ashraf al  Qedra.

Hoje, a segunda sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadã, os protestos continuaram, mas com presença bastante reduzida, de aproximadamente 200 pessoas. De acordo com os números apresentados pelas autoridades palestinas, foram registrados 86 feridos, que incluem os atendidos por asfixia por causa de gás lacrimogêneo.

Durante os protestos, alguns manifestantes lançaram rojões e bombas incendiárias que caíram dentro de território israelense, causando focos de incêndio em plantações de trigo e cevada.

Yahya  Sinwar, líder do Hamas em Gaza, esteve hoje nos protestos perto do cruzamento fronteiriço de Rafah e declarou que as manifestações continuarão até que se consiga o objetivo de acabar com o bloqueio imposto na Faixa por Israel em junho de 2007, quando o movimento islamita palestino expulsou à força o partido nacionalista Fatah e assumiu na prática o controle do território litorâneo.

Sinwar convocou os palestinos a se manifestarem maciçamente em 5 de junho, quando é lembrado o aniversário do início da Guerra dos Seis Dias, de 1967, que levou à ocupação israelense de Cisjordânia, Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã, na Síria, assim como da Faixa de Gaza, de onde Israel se retirou em 2005.