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Líder regional da extrema-direita alemã fica gravemente ferido em ataque

26.set.2018 - Frank Magnitz, político do partido populista anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) fala durante sessão no parlamento alemão - Fabian Sommer/dpa/AFP
26.set.2018 - Frank Magnitz, político do partido populista anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) fala durante sessão no parlamento alemão Imagem: Fabian Sommer/dpa/AFP

08/01/2019 13h32

O deputado e líder regional do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Bremen, Frank Magnitz, ficou gravemente ferido ao ser atacado por várias pessoas na tarde de segunda-feira, 7, de acordo com um comunicado divulgado nesta terça-feira, 8, pela formação de extrema-direita.

Segundo a polícia tinha informado previamente, o ataque aconteceu por volta das 17h20 (horário local; 14h20 em Brasília) nos arredores da praça Goethe de Bremen, cidade no norte da Alemanha.

AfD detalhou que os agressores bateram em Magnitz, de 66 anos, com um pedaço de madeira "até deixá-lo inconsciente e continuaram dando chutes em sua cabeça quando já estava no chão".

Devido ao cargo da vítima, a polícia, que procura testemunhas, parte da base que se trata de um ataque político, por isso as autoridades encarregadas de investigar crimes políticos e contra o Estado e a Procuradoria de Bremen assumiram a investigação.

"O brutal ataque contra o deputado Frank Magnitz em Bremen deve ser condenado energicamente. Tomara que a polícia consiga encontrar os autores em breve", disse pelo Twitter o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

A líder dos social-democratas, Andrea Nahles, escreveu que "a AfD é um inimigo político da nossa sociedade tolerante e pacífica, mas aquele que combate o partido e os seus políticos com violência trai estes valores e põe em perigo a nossa convivência.

"Condeno do modo mais enérgico a brutal agressão a Frank Magnitz", declarou Nahles.

"O ataque ao senhor Magnitz me preocupa. Não importa o quanto (alguém) repudie o que a AfD representa: a violência não é um meio no debate político", opinou o líder dos liberais, Christian Lindner.

O copresidente da Esquerda, Bernd Riexinger, escreveu que "a violência não deve ser um caminho na discussão política e sempre deve ser condenada".

"Que a AfD utilize agora este ato contra o seu próprio deputado Magnitz para o seu típico assédio contra a Esquerda e os Verdes, que é igualmente reprovável", comentou.

O dirigente dos Verdes Cem Özdemir expressou nesta terça-feira a esperança de que os agressores sejam detidos e condenados o quanto antes.

"Nem sequer a respeito da AfD cabe nenhum tipo de justificativa para a violência. Quem combate o ódio com ódio deixa que o ódio ganhe", disse.

O partido ultradireitista advertiu que "observará minuciosamente nos próximos dias as reações dos políticos de outros partidos", ao mesmo tempo que afirmou que "não só a Esquerda, mas também os social-democratas e os verdes apoiam os antifas - ativistas antifascistas radicais de esquerda - e os seus ataques".

"É isto o que querem as outras forças políticas? É esta a sua ideia de democracia? Várias vezes a AfD é alvo de ataques da esquerda que não são condenados ou inclusive são apoiados pelos outros partidos", disse a formação de extrema-direita, que fala de "um dia negro para a democracia na Alemanha".

Na semana passada houve uma explosão em frente ao escritório da AfD em Döbeln, no estado federado da Saxônia, no leste do país, que só deixou danos materiais.