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Irã apoia Venezuela contra "ingerência" dos EUA e autoproclamação de Guaidó

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (à esq.), e o deputado oposicionista Juan Guaidó - Arte/UOL
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (à esq.), e o deputado oposicionista Juan Guaidó Imagem: Arte/UOL

Em Teerã

24/01/2019 11h00

As autoridades iranianas deram nesta quinta-feira (24) seu apoio ao governo venezuelano contra "a ilegítima ingerência estrangeira", enquanto a comunidade venezuelana no Irã mostrou seu apoio ao autoproclamado líder interino Juan Guaidó.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Irã criticou especialmente "a ilegítima ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos da Venezuela", depois que Washington, assim como outros países, reconheceu Guaidó como legítimo.

"A República Islâmica do Irã apoia o governo e a nação da Venezuela contra qualquer intervenção estrangeira em seus assuntos internos ou qualquer outra medida ilegal como um golpe de Estado", afirmou o porta-voz da chancelaria iraniana, Bahram Qasemi.

Qasemi expressou sua esperança quanto às "diferenças e os problemas políticos da Venezuela serem resolvidos em breve pelo povo e o governo do país, utilizando mecanismos legais e pacíficos".

As relações entre o Irã e a Venezuela são muito estreitas desde a época do falecido presidente Hugo Chávez, fortalecidas por sua oposição mútua aos EUA.

Por sua vez, a colônia venezuelana no Irã, composta por cerca de 30 residentes, manifestou seu apoio a Guaidó e vai entregar uma carta com suas reivindicações na embaixada da Venezuela em Teerã.

Beatriz Salas, representante da comunidade venezuelana no Irã, onde vive há 30 anos, disse à Agência Efe que na carta é pedido aos militares da delegação diplomática que enviem ao Exército da Venezuela a mensagem para que "não derrame o sangue dos seus irmãos e não sobreponha o interesse material à honra".

O texto exige que os militares venezuelanos "respeitem o seu juramento de lealdade ao povo e a favor da liberdade".

Guaidó se autoproclamou ontem presidente da Venezuela após acusar Nicolás Maduro de "usurpar" o poder, já que obteve sua reeleição em uma votação em maio de 2018 tachada de fraudulenta pela oposição.

Devido à suposta irregularidade daquele processo, a OEA (Organização de Estados Americanos) e a UE (União Europeia) decidiram não reconhecer a legitimidade do segundo mandato de Maduro.

Os protestos antigovernamentais que sacodem a Venezuela há três dias foram reprimidos pelas forças de segurança e, por enquanto, pelo menos 13 pessoas morreram.