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Outras duas jovens que fugiram para Síria perdem nacionalidade britânica

Shamima Begum teve a nacionalidade retirada após fugir para se unir ao grupo Estado Islâmico - LAURA LEAN / POOL / AFP
Shamima Begum teve a nacionalidade retirada após fugir para se unir ao grupo Estado Islâmico Imagem: LAURA LEAN / POOL / AFP

10/03/2019 07h42

Londres, 10 mar (EFE).- As irmãs Reema e Zara Iqbal, que fugiram para Síria em 2013 para se casar com jihadistas do Estado Islâmico (EI), tiveram suas nacionalidades britânicas retiradas pelo Governo do Reino Unido, informou neste domingo o jornal "The Sunday Times".

O caso destas jovens que, segundo o jornal, estão em um centro de detenção da Síria e têm entre elas cinco filhos homens menores de oito anos, se soma ao de Shamima Begum, que também teve sua nacionalidade retirada após viajar para a Síria em 2015 pelo mesmo motivo.

Ao contrário das irmãs Iqbal, de 30 e 28 anos, respectivamente, Shamima, que agora tem 19, era menor de idade quando fugiu com duas companheiras de seu colégio do bairro de Bethnal Green, no leste de Londres, após ser captada pela internet.

O caso de Shamima causou uma grande polêmica no Reino Unido, pois o governo conservador rejeitou que voltasse ao país para ser investigada e criar seu bebê recém-nascido, que morreu de pneumonia na quinta-feira - o terceiro que a jovem perdeu.

O "The Sunday Times", que obteve a informação de fontes legais, explicou que Reema e Zara Iqbal, do bairro de Canning Town, também no leste de Londres, se casaram com membros de uma célula jihadista (depois mortos em combate) supostamente vinculada ao assassinato de reféns ocidentais.

O jornal aponta que Zara, que já tinha um filho e estava grávida do segundo quando viajou para a Síria, onde nasceu um terceiro, poderia estar no centro de detenção Al-Hawl ou em outro em Ain Issa.

Sua irmã mais velha, Reema, que já tinha um filho quando foi embora do Reino Unido e na Síria deu à luz a outro, estaria no campo Roj, onde também está Shamima.

O jornal explica que as irmãs são filhas de paquistaneses, o que poderia ter levado o Ministério do Interior a considerar que podem reivindicar essa nacionalidade, ao ter perdido a britânica. No entanto, os seus filhos seriam britânicos por direitos nacionais.

Um porta-voz de Interior se negou a comentar os casos individuais mas, em declarações ao jornal, ressaltou que as decisões de retirar a nacionalidade "se baseiam nas provas disponíveis e não foram tomadas superficialmente".

A oposição trabalhista, assim como alguns conservadores e agências públicas, criticaram o Governo por não assumir sua responsabilidade sobre cidadãos britânicos que podem ter cometido crimes no exterior, sobretudo se eram menores no momento dos fatos, e que não se ocupe de seus descendentes.

Segundo o "The Sunday Times", haveria pelo menos uma dúzia de jovens do Reino Unido, com mais de 20 filhos entre elas, detidas atualmente em campos controlados sobretudo por forças curdas.