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Piñera afirma que Unasul fracassou por excesso de ideologia e burocracia

Sebastián Piñera, presidente do Chile - Ivan Alvarado/Reuters
Sebastián Piñera, presidente do Chile Imagem: Ivan Alvarado/Reuters

Em Santiago

16/03/2019 14h16

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou hoje que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) fracassou por excesso de ideologia e burocracia.

A mensagem foi publicada por Piñera nas redes sociais para lembrar que há cinco anos não há uma reunião de todos os presidentes dos países da América do Sul.

No texto, ele aproveita e critica a Unasul, que agora tem como membros apenas Bolívia, Guiana, Suriname, Uruguai e Venezuela. Brasil, Argentina, Colômbia, Equador e o próprio Chile suspenderam a participação no bloco por tempo indeterminado.

A postagem foi uma forma de Piñera defender a primeira reunião da organização proposta por ele para substituir a Unasul, o Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América Latina (Prosul).

As críticas foram feitas pelo Fórum Permanente de Política Externa, formado por 26 personalidades da centro-esquerda chilena.

"O Prosul é uma proposição sem consulta, sem trabalho preparatório e feita de um dia para o outro. Seus efeitos serão negativos, não só pelos improvisos, mas porque representam um exemplo das práticas equivocadas latino-americanas: criar organizações para depois suprimi-las com o pretexto de que não funcionam", disseram os críticos de Piñera.

Entre as personalidades que assinaram a carta estão os ex-chanceleres José Miguel Insulza, Mariano Fernández e Juan Gabriel Valdés, além da política Isabel Allende.

Piñera afirmou que o Prosul será um fórum "sem ideologia nem burocracia" para que todos os países democráticos da América do Sul possam dialogar, coordenar ações e colaborar.

Estarão no Chile na próxima sexta-feira vários líderes da região, entre eles o presidente Jair Bolsonaro. Também confirmaram presença no evento os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, da Colômbia, Iván Duque, do Equador, Lenín Moreno, do Paraguai, Mario Abdo Benítez, do Peru, Martín Vizcarra, e o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.