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EUA estudam envio de 120 mil soldados devido a tensões com o Irã, diz "NYT"

Montagem com o presidente dos EUA Donald Trump e o do Irã, Hassan Rouhani - Montagem com AFP Photo e Presidência do Irã
Montagem com o presidente dos EUA Donald Trump e o do Irã, Hassan Rouhani Imagem: Montagem com AFP Photo e Presidência do Irã

14/05/2019 07h01

O chefe interino do Pentágono, Patrick Shanahan, apresentou na semana passada um plano para mobilizar até 120 mil soldados dos Estados Unidos no Oriente Médio, diante da crescente tensão com o Irã, informou hoje o jornal "The New York Times".

Shanahan apresentou o plano em uma reunião na última quinta-feira, na qual participaram os principais conselheiros em segurança nacional do presidente dos EUA, Donald Trump, embora não esteja claro se o governante foi informado, segundo o "NYT".

Entre os que participaram da reunião estava o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, que desde sua chegada ao círculo de confiança de Trump promoveu uma política de confronto com Teerã.

O plano não contempla uma invasão ao Irã, para a qual mais tropas seriam necessárias, segundo o jornal nova-iorquino.

Ontem, Trump alertou ao Irã que "sofrerá muito", se agir contra os interesses dos Estados Unidos, em um momento de fortes tensões entre os dois países, e de atritos entre Teerã e seus vizinhos no Golfo Pérsico.

"Se fizerem algo, será um erro muito grave. Será um grande problema para o Irã se algo acontecer, posso dizer, eles não ficarão felizes", respondeu Trump, ao ser perguntado sobre o aumento da tensão no Golfo Pérsico.

"Se eles fazem alguma coisa, eles vão sofrer muito, eles sabem o que quero dizer", acrescentou.

Desde a sua chegada à Casa Branca, há mais dois anos, Trump optou pela estratégia prometida na campanha para retirar as tropas americanas de países do Oriente Médio, como a Síria e Afeganistão.

A tensão no Golfo Pérsico aumentou, no entanto, desde que Washington anunciou em abril o fim das isenções que tinha concedido a oito nações ou territórios para que seguissem comprando petróleo do Irã.

Como consequência, as autoridades iranianas ameaçaram bloquear o estratégico Estreito de Ormuz, que atravessa grande parte do petróleo mundial, se as sanções impostas pelos EUA, após se retirar do acordo nuclear de 2015, impedir suas exportações de petróleo, vitais para a economia do país.