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Argentina planeja Mercosul com moeda comum e integrado à UE

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Mauricio Macri, em Buenos Aires - Agustin Marcarian/Reuters
Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Mauricio Macri, em Buenos Aires Imagem: Agustin Marcarian/Reuters

07/06/2019 16h33

O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, afirmou nesta sexta-feira que o país tem um roteiro para o Mercosul que passa pela assinatura do acordo comercial com a União Europeia e, a longo prazo, a criação de uma moeda única, desde que haja "um trabalho na integração" entre os Estados-membros.

Sobre a assinatura do acordo com o bloco europeu, que foi negociada de forma intermitente nas duas últimas décadas, ele disse que a reunião que representantes dos dois blocos farão em Bruxelas no final deste mês será fundamental.

"Nós vamos a Bruxelas no fim de junho para ter a última rodada técnica e, se essa rodada técnica for positiva como esperamos, já teremos uma certeza da data para continuar dando os novos passos", explicou Faurie, em Buenos Aires, durante uma homenagem ao político argentino Ernesto Manuel Campos, que morreu em 1987.

O ministro também falou sobre a possível criação de uma moeda única entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - países que formam o Mercosul - e afirmou que a integração entre economias geralmente envolve uma moeda compartilhada.

"Todo processo de integração econômica e comercial em algum momento leva a refletir sobre as condições para ter uma moeda única", disse ele, dando como exemplo a União Europeia e o euro, adotado na maioria dos países que participam do bloco.

A visão argentina sobre estes dois eixos da política foi reforçada após as reuniões de ontem do governo argentino com o presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva. Segundo o chanceler, a visita do governante brasileiro serviu para projetar uma "dinamização do Mercosul".

"O que ficou revelado na visita de Bolsonaro são as coincidências que temos para encarar um novo projeto para o futuro em termos de energia, recursos estratégicos (...), e também fazer uma revitalização do Mercosul para se adaptar ao tempo em que vivemos ", ressaltou.

A primeira visita de Estado que o presidente do Brasil fez a esse país desde que assumiu serviu também para avançar na agenda de cooperação bilateral e marcar os pontos comuns na busca de "novos caminhos" na relação das duas principais economias da América do Sul.