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Migrantes resgatados por navio humanitário passam primeira noite em Lampedusa

Migrantes, alguns que desembarcaram do navio de resgate espanhol Open Arms, são vistos em centro de de amparo na ilha italiana de Lampedusa - Guglielmo Mangiapane/Reuters
Migrantes, alguns que desembarcaram do navio de resgate espanhol Open Arms, são vistos em centro de de amparo na ilha italiana de Lampedusa Imagem: Guglielmo Mangiapane/Reuters

Em Roma

21/08/2019 08h47

Os 83 migrantes da embarcação da ONG "Open Arms" desembarcados na noite de ontem no porto italiano de Lampedusa passaram a primeira noite em um centro de amparo da ilha depois de terem sido examinados por médicos.

Os últimos migrantes desembarcaram depois da meia-noite, graças a uma ordem ditada pela Promotoria de Agrigento (Sicília) para a apreensão da embarcação e o desembarque imediato dos resgatados após 19 dias a bordo.

Os migrantes foram examinados por médicos de Lampedusa e de Palermo, que não detectaram problemas de saúde em nenhum deles.

Após serem examinados, os migrantes foram transferidos de ônibus ao centro de amparo.

Enquanto isso, o navio da "Open Arms", apreendido temporariamente pela Promotoria de Agrigento partiu do porto de Lampedusa e se dirige a Porto Empedocle, na Sicília, onde deve chegar durante a noite.

A promotoria confiou a embarcação ao próprio capitão da mesma, Marc Reig.

O promotor de Agrigento, do qual depende Lampedusa, Luigi Patronaggio, decidiu pela apreensão e desembarque depois de subir a bordo do navio acompanhado de vários médicos para verificar o estado dos migrantes e a situação a bordo.

Segundo fontes do procedimento consultado pela Agência Efe, o promotor tomou esta decisão a pedido da organização ao amparo do artigo 328 do Código Penal, que castiga com entre seis meses e dois anos o funcionário público que omitir seu dever que "por razões de justiça ou de segurança pública, ou de ordem pública ou de higiene e saúde, deve ser cumprido sem atraso".

Esta Promotoria investigava um suposto crime de sequestro de pessoas, não dirigido contra ninguém concretamente, para determinar por que não puderam desembarcar os migrantes na Itália apesar de um tribunal tombar a ordem do ministro do Interior, o ultradireitista Matteo Salvini, que o navio não entrasse em águas territoriais deste país.