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Oposição venezuelana nos EUA pede mais apoio a Guaidó: "Continuamos de pé"

Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, participa de sessão na Assembleia do país com a presença de deputados pró-Maduro - Matias Delacroix/AFP
Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, participa de sessão na Assembleia do país com a presença de deputados pró-Maduro Imagem: Matias Delacroix/AFP

Em Nova York (EUA)

24/09/2019 13h07

Vários representantes da oposição ao Governo de Nicolás Maduro na Venezuela reivindicaram nesta terça-feira em Nova York mais apoio internacional para o chefe do Parlamento, Juan Guaidó, reconhecido por 57 governos nacionais como presidente encarregado e que garantiu que continua comprometido com seu país.

O embaixador nos Estados Unidos do que é considerado por essas nações governo interino da Venezuela, Carlos Vecchio; o coordenador da Organização de Estados Americanos para a crise de migrantes e refugiados venezuelanos, David Smolansky; e a ativista Lilián Tintori participaram nesta manhã, no fórum Concordia, de uma sessão sobre a situação de seu país.

Guaidó discursou de maneira remota, através de um vídeo de cerca de três minutos de duração, no qual reforçou o compromisso com o povo venezuelano.

"Continuamos com o nosso compromisso com o povo, apesar dos riscos, para conquistar a cessação da usurpação, conseguir uma transição e eleições de verdade", declarou o chefe do Parlamento, que disse estar sendo ameaçado, mas que mesmo assim continuará trabalhando em prol da recuperação do país.

"Apesar das ameaças e da perseguição por parte da ditadura, resistimos e continuamos de pé. Assumimos com o apoio do povo e sobretudo a nossa instituição, a nossa Constituição, a presidência encarregada. Contamos com o reconhecimento de 57 países e continuamos somando mais apoio", destacou.

Coincidindo com a Assembleia Geral das Nações Unidas, Guaidó disse que, embora Nicolás Maduro não esteja em Nova York, toda a delegação do presidente tentará confundir as lideranças internacionais e por isso enviou seus próprios representantes. Segundo ele, sua intenção não foi visibilizar a crise, mas sim buscar soluções.

Nesse sentido, Vecchio declarou que os venezuelanos não jogaram a toalha e pediu para aumentar a pressão e expandir a coalizão de países que apoiam a mudança no país. Nesse sentido, reiterou que os Estados Unidos são um dos aliados mais importantes e salientou que pretende continuar trabalhando com o governo americano depois da saída de John Bolton da função de assessor de segurança nacional.

O embaixador falou também sobre o processo de negociação entre o governo e a oposição realizada com a mediação da Noruega em Oslo, uma via que atualmente está bloqueada. Segundo ele, Guaidó agiu de boa fé ao propor um governo de união nacional, mas as conversas fracassaram por culpa de Maduro.

Por sua vez, Lilián lembrou que o marido, o líder opositor Leopoldo López, permaneceu na prisão por cinco anos após ter denunciado Maduro e fez referência às palavras do ex-presidente espanhol Felipe González: "Para saber se um país é uma ditadura, veja se há presos políticos".

De acordo com a ativista, há pelo menos 500 presos desse tipo na Venezuela, e a isso se somam outros problemas: "A crise humanitária, o bloqueio de remédios, de comida e dos sonhos da oposição. Precisamos de todo mundo, sempre estamos abertos a somar", encerrou.