Topo

Governo da Venezuela aumenta salário mínimo em 375%

O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Trabalhadores da Assembleia Nacional Constituinte, do governo de Nicolás Maduro - Federico Parra/AFP
O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Trabalhadores da Assembleia Nacional Constituinte, do governo de Nicolás Maduro Imagem: Federico Parra/AFP

Da EFE em Caracas

14/10/2019 13h28

O governo de Nicolás Maduro anunciou nesta segunda-feira um aumento de 375% no salário mínimo legal na Venezuela, que passou de 40 mil para 150 mil bolívares por mês, o que equivale a passar de US$ 2,02 para US$ 7,60.

O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Trabalhadores da Assembleia Nacional Constituinte - um fórum composto por mais de 500 simpatizantes de Maduro e cuja legitimidade não é reconhecida pela maior parte da comunidade internacional -, Francisco Torrealba, que já exerceu o cargo de ministro do Trabalho.

O mesmo aumento dado ao salário mínimo foi aplicado à chamada cesta tícket socialista, o bônus de alimentação de pagamento obrigatório na Venezuela.

"A nova renda mínima para todos os trabalhadores na República Bolivariana da Venezuela foi estabelecida em 300 mil bolívares soberanos, dos quais 150 mil correspondem a salário mínimo e 150 mil à cesta ticket socialista", declarou.

Torrealba não esclareceu quando o aumento passará a valer ou se também beneficiará as mais de 4 milhões de pessoas que, de acordo com o governo de Nicolás Maduro, recebem aposentadorias que equivalem ao salário mínimo no país.

Em agosto de 2018, Maduro lançou um pacote de medidas econômicas que vincularam o salário mínimo à criptomoeda petro, que é alvo de uma sanção dos Estados Unidos e tem pouca incidência no sistema de pagamentos do país.

As principais entidades patronais da Venezuela ainda não se pronunciaram sobre o aumento, assim como sindicatos de trabalhadores, que exigem há vários meses uma melhoria substancial no valor.

A Venezuela atravessa a maior crise econômica de sua história moderna, com ciclos de escassez e altos preços dos produtos básicos e remédios causados por uma inflação que o Parlamento, controlado por opositores de Maduro, estimou em mais de 3.000% nos primeiros nove meses de 2019. EFE